MUITA CHUVA - Temporal alaga casas, avenidas e antigo Pronto-Socorro de Cuiabá


 Terça-feira, 14 de janeiro de 2025 

Forte chuva alagou salas e corredores do antigo pronto-socorro, invadiu casas e inundou ruas e avenidas de diferentes bairros de Cuiabá; Prefeitura avalia retirar os moradores de áreas de risco e anuncia decreto de estado de calamidade pública

Uma forte chuva castigou parte da população no fim da tarde do domingo (12), em Cuiabá, estendendo com muito mais volume na noite de segunda-feira.

No domingo, com duração de cerca de quatro horas, o temporal alagou salas e corredores do antigo pronto-socorro, localizado na Rua General Valle, no Bairro Bandeirantes, casas e avenidas localizadas diferentes bairros da cidade. A Prefeitura avalia a retirada os moradores de áreas de risco e, hoje (13), anunciou que decretaria de estado de calamidade pública.

Ainda no domingo, foram registrados 103 milímetros de precipitação, um índice acima da média. A situação deixou parte da população em alerta uma vez que a enxurrada inundou pontos de diferentes bairros, como o Dom Aquino, Jardim Cuiabá, Lixeira, Dom Bosco, Jardim Tropical, Sucuri, Cohab São Gonçalo e São Mateus, resultando em prejuízos materiais. Não houve feridos.

O temporal também impediu a circulação de pedestres e veículos na região central, onde a drenagem não comporta o volume de água. Trechos da Avenida Tenente Coronel Duarte, mais conhecida como Prainha, nas imediações da Praça Ipiranga com a Bispo Dom José; na Historiador Rubens de Mendonça (CPA), da Carmindo de Campos e da Fernando Correa da Costa, ficaram completamente alagados, o que impossibilitou a passagem de carros.

Ainda na noite do domingo, o prefeito Abílio Brunini (PL) esteve no antigo pronto-socorro e no Bairro São Mateus, um dos bairros mais castigados pela chuva. Apesar do problema na unidade hospitalar, a Prefeitura disse que o atendimento médico aos pacientes não foi prejudicado.

“A gestão municipal também iniciou um levantamento técnico para identificar as falhas estruturais do prédio, que enfrenta problemas históricos de infraestrutura acumulados ao longo dos anos. Problemas que poderiam ter sido evitados com obras de manutenção adequadas”, disse por meio da assessoria de imprensa. Uma força-tarefa emergencial foi mobilizada para limpar e assegurar o pleno funcionamento do hospital.

Já no São Mateus, dezenas de famílias perderam móveis, como roupas, colchões, sofás e armários. Por lá, parte da estrutura do Córrego Gambá não suportou o volume de água e cedeu. Ainda nesta segunda-feira, equipes da Secretaria de Obras estiveram no bairro limpando bocas de lobos e retirando uma grande quantidade de lixo, como garrafas pets, sacolas plásticas e latas de bebidas, dos bueiros.

Na segunda-feira a noite, a chuva chegou com muito mais volume, aumentando os pontos de alagamentos, informações que o Digoreste News prioriza em outra matéria. 


MEDIDAS E AUXÍLIO 

Diante dos estragos, a Prefeitura divulgou ainda algumas ações que devem ser adotadas para tentar evitar novos transtornos à população durante as precipitações. Entre elas, uma avaliação por parte da Defesa Civil das medidas que poderão ser adotadas para minimizar os efeitos das chuvas nos bairros da cidade.

Outra determinação é a elaboração de um projeto de lei para criar um auxílio de R$ 1 mil para as pessoas prejudicadas. Até então, o município contabilizava 150 famílias que tiveram prejuízos com a forte chuva. O decreto de estado de calamidade pública seria publicado entre a segunda-feira e esta terça-feira (14), na Gazeta Municipal.

"Esse auxílio vamos realocar do próprio orçamento do município. A gente já está fazendo cortes, como tem dito, dos 40% de cortes em várias secretarias a gente entende que dá para fazer esse auxílio sem grandes prejuízos aos cofres do município", disse.

O município também avalia a retirada dos moradores de áreas de risco, aquelas consideradas impróprias para moradia devido à vulnerabilidade a desastres naturais. Na Capital, cerca de seis mil famílias vivem nessa situação. "Primeiro, vamos atender as pessoas que estavam em casas alagadas, retirando-as das áreas de risco. Estamos em diálogo com a Defesa Civil e a Assistência Social do Estado para nos auxiliarem", frisou.


IGREJA BOM DESPACHO  

A intensa chuva deste domingo também danificou parte de uma estrutura no morro da Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho, que fica no Centro Histórico de Cuiabá. Uma equipe da Defesa Civil esteve ontem no local para avaliar a situação.

Por lá, a enxurrada derrubou o muro de arrimo construído no lugar e uma árvore caiu. Com isso, a Rua Paes de Oliveira, que dá a acesso à Avenida Coronel Escolástico, foi interditada e/ou isolada para limpeza e remoções do material e galhos do meio da via.

Esta não é a primeira vez que situação semelhante ocorre no morro. Em março de 2022, parte do morro também cedeu devido às chuvas. Na ocasião, também houve a obstrução da Rua Paes de Oliveira, atrás da Igreja Universal do Reino de Deus.

Além da Igreja do Bom Despacho, de 1918, no topo da colina, ficam o prédio do Seminário Nossa Senhora da Conceição, de 1958, que abriga no primeiro piso o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, onde estão abrigados itens dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX. Abaixo do morro, está a Igreja Universal do Reino de Deus, frente para a Avenida Tenente Coronel Duarte, a Prainha.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta para a possibilidade de novas chuvas nos próximos dias na Grande Cuiabá, o que pode agravar a situação em algumas áreas da cidade. Para evitar maiores transtornos, a Prefeitura de Cuiabá orienta a população a evitar sair de casa durante fortes chuvas, a não jogar lixo nas ruas e a procurar um local seguro em caso de emergência.





 Digoreste News/Diário de Cuiabá 

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