ESTADÃO: ‘Toffoli parece profundamente empenhado em reescrever a história de corrupção do PT’


 Segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024 

Em editorial publicado na edição desta quarta-feira, 7, o jornal O Estado de S. Paulo critica a avalanche de decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli para liquidar os resquícios da Operação Lava Jato.

A mais recente canetada do ministro foi para determinar que a Procuradoria-Geral da República (PGR) retome uma investigação sobre um suposto conluio entre a ONG Transparência Internacional e a Lava Jato para se apropriar de recursos recuperados de esquemas de corrupção.

O Estadão lembra que essa investigação já tinha sido encerrada em 2020 por falta de provas e agora, depois de ter sido criticado pela ONG, mas sem nenhum fato novo sobre o suposto conluio, Toffoli mandou reabri-la.

“Não se conhecem os motivos do ministro Toffoli, que de resto parece profundamente empenhado em reescrever a história de corrupção e desmandos que marcaram a trevosa passagem do PT pelo poder”, critica o jornal, acentuando a conduta revisionista e, por consequência, revanchista do ministro. “Fica claro, no entanto, que o ministro não se sente constrangido de nenhuma maneira, nem pelas normas mais comezinhas do Estado Democrático de Direito, em seu empreendimento revisionista — que, como todo bom revisionismo, vem carregado de ânimo vingativo.”

A ONG Transparência Brasil incluiu no relatório sobre a percepção da corrupção — no qual o país caiu dez pontos em 2023 — a atuação de Toffoli como um dos motivos para a queda.  Desde setembro, o ministro, ex-advogado do PT, vem concedendo decisões em série a favor dos investigados.

Em uma delas, anulou todas as provas obtidas no acordo de leniência com a Lava Jato. Em 20 de dezembro e 31 de janeiro, Toffoli suspendeu a cobrança de multas à J&F e à Odebrecht, duas empresas que admitiram pagamento de propina nos governos do PT.

Sobre a “reação truculenta” de Toffoli de determinar a reabertura da investigação da ONG, sem nenhum fato novo, o Estadão diz que “não se pode condenar quem veja na ordem exarada pelo ministro Dias Toffoli à PGR uma espécie de retaliação, o que não se coaduna com a judicatura”.


A frase "O amigo do amigo de meu pai". está em um documento entranhado em processo da Lava Jato, mostrando o codinome usado por Marcelo Odebrecht para referir-se a Dias Toffoli, hoje Ministro da Justiça de Lula, em comunicação interna da sua empreiteira.






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