Walter Rabello pediu abertura de CPI contra empresa de Botelho pouco antes de morrer
Terça-feira, 16 de janeiro de 2024
Em sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso na noite de 29 de outubro de 2014, o ex-deputado estadual Walter Machado Rabello Júnior viu com desgosto uma trama contra a implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI) para investigar contratos do estado com a Construtora Nhambiquaras, de propriedade até então de Eduardo Botelho, empresa que hoje em nome do filho do deputado.
Autor da proposta, Walter Rabello, levou em conta denúncias de que a construtora teria superfaturado obras do Governo do Estado, na gestão de Silval Barbosa.
Walter chegou a obter o número de assinaturas suficientes para a instalação do expediente, porém, no dia 29 de outubro a CPI não foi em frente porque o presidente da Assembléia Legislativa à época, Romualdo Junior, agiu em favor de Botelho e conseguiu que 5 deputados retirassem a assinatura, entre eles, o deputado Dilmar Dal Bosco e o ex-deputado Guilherme Maluf.
Na época, dezenas de veículos da imprensa tornaram público o acontecimento.
Entre elas, o site Midia News destacou matéria: "Empresa de deputado eleito (Botelho) recebe aditivo
O Portal Repórter MT destacou: Deputados retiram assinaturas e CPIs (empresa 1, empresa 2) e Nhambiquaras devem ser engavetadas
O site Olhar Direto noticiou: Deputados esvaziam CPIs da (empresa 1) e Nhambiquaras.
O Folhamax fez matéria destacando: AL sepulta CPI da Nhambiquaras e ...(outra empresa)
Poucos dias após o arquivamento da CPI, no dia 10 de dezembro, Walter Rabello morreu após passar mal na residência dele, em Cuiabá. Na época, a assessoria de imprensa do deputado, que estava com 48 anos de idade, informou que ele teria tido uma parada cardíaca. O parlamentar ainda foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), onde os médicos ainda tentaram reanimá-lo, sem sucesso.
Walter Rabello, que acabara de ter sido reeleito com mais de 27 mil votos, faleceu 22 dias antes de tomar posse para o terceiro mandato. O Parlamentar lutava pela presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que teve Guilherme Maluf no primeiro biênio e Eduardo Botelho no segundo biênio.
Além de exercer a função política, ele também atuava na capital mato-grossense como radialista, locutor e como apresentador de um programa de televisão, que liderava audiência no estado.
Nenhum comentário