MT tem o pior dezembro na geração de empregos e saldo de vagas encolhe 29% em 2023
Quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
Oferta de empregos com carteira assinada recuou pouco mais de 29% em Mato Grosso, no ano passado. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem (30), de janeiro a dezembro, o saldo de empregos criados com carteira de trabalho somou 40.726 vagas, ante um resultado de 57.354 novos postos em 2022. A retração mato-grossense supera o saldo nacional, cuja análise anual apontou queda de 26%.
O encolhimento na oferta de novos postos de trabalho foi potencializada pelos resultados de dezembro: Mato Grosso teve o pior saldo da história para o mês, apontando o corte de 12.251 vagas. Ou seja, entre contratações e demissões no período, o estado mais mandou trabalhadores embora do que contratou. Para se ter ideia da movimentação registrada no último mês de 2023, Mato Grosso admitiu 38.326 trabalhadores, mas demitiu 50.577. Por isso, o resultado de dezembro foi negativo, com a eliminação de mais de 12 mil postos de trabalho.
Considerando as cinco mais importantes atividades econômicas do estado, todas, sem exceção, tiveram resultados negativos em dezembro, até mesmo o comércio, que costuma ser o maior empregador do último trimestre do ano. Conforme o Caged, Serviços e Construção Civil tiveram os piores resultados, com corte na oferta de vagas de 4.276 e de 4.202, respectivamente. A Indústria eliminou outros 1.369 postos, o Comércio -782 e a Agropecuária, -862 postos com carteira assinada.
Em relação ao Centro-Oeste, Mato Grosso segue na vice-liderança em relação ao nível de empregabilidade. Goiás teve o maior saldo acumulado de 2023 ao criar 50.276 novos postos. O Distrito Federal gerou mais 36.968 postos e Mato Grosso do Sul fechou o ano com a abertura de 27.986 vagas formais. Em relação ao país, o estado ocupa a 12ª posição, com vários estados da região Nordeste a frente, como Ceará (53.954), Pernambuco (51.541) e Bahia (71.922).
Chama à atenção nos dados do Caged é que o corte de empregos em dezembro no estado vem sendo progressivo nos últimos anos. Conforme acesso mais recente à série histórica disponibilizada, que é de 2020 para cá, em dezembro de 2020 o saldo foi negativo em 4.169, sendo o primeiro ano de pandemia. Em dezembro de 2021 foram eliminados mais 7.551 postos. Em dezembro de 2022, Mato Grosso fechava o período com saldo negativo de 8.729 vagas e no ano passado, dezembro bateu o recorde em eliminação de postos de trabalho ao contabilizar um corte superior a 12 mil vagas.
RANKING ESTADUAL – Entre os maiores empregadores de Mato Grosso, em 2023, se destacam Cuiabá, com a criação de 7.479 novas vagas. Seguido por Rondonópolis com 3.625 vagas. Na sequencia estão Várzea Grande com saldo de 2.696 novos postos, Sinop com 2.525 e Sorriso com 1.871.
BRASIL – O país gerou 1,48 milhão de empregos com carteira assinada em 2023. Segundo dados do Caged, os números representam uma queda de 26,3% em relação ao ano de 2022, quando foram gerados 2,01 milhões de postos de trabalho.
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.026,33 em dezembro do ano passado, o que representa redução em relação a novembro (R$ 2.032,85). Na comparação com dezembro de 2022, também houve aumento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 1.986,15.
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