Serial Killer que matou mãe e 3 filhas praticou crime semelhante há 2 meses

Segundo o delegado  do caso, o monstro é um predador sexual em série, e que guardou roupas íntimas das vítimas como souvenir


 Quarta-feira, 29 de novembro de 2023 

Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, que confessou ter matado uma mãe e suas 3 filhas em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, é classificado pelo delegado Bruno França como “psicopata e serial killer”. Em entrevista nesta terça-feira (28) à Rádio Centro América FM, ele disse que o homem já cometeu um crime muito semelhante há apenas dois meses.

Conforme o delegado, Gilberto era procurado pela polícia pois tinha dois mandados de prisão em aberto. Um deles por estupro, expedido pela 2ª Vara Criminal de Lucas do Rio Verde no dia 2 de outubro deste ano.

Gilberto teria invadido uma casa e abusado sexualmente de uma mulher, que estava dormindo no dia 2 de setembro. A vítima reagiu e foi ferida com uma facada no pescoço. Outra mulher que estava na casa, tentou intervir e também foi agredida. Ambas sobreviventes eram mãe e filha. O criminoso fugiu em seguida.

O segundo mandado de prisão é da Justiça de Goiás, expedido em agosto do ano passado, pelo crime de furto e homicídio qualificado.

Agora, Gilberto confessou ter matado a facadas Cleci Calvi Cardoso, de 45 anos, e suas filhas Miliane Calvi Cardoso, 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, 13 anos e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos, no Bairro Florais da Mata.

Ele foi preso na manhã dessa segunda-feira (27) em Sorriso e foi transferido para a penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira [presídio Ferrugem], em Sinop, a 503 km de Cuiabá.

De acordo com a Polícia Civil, ele confessou que atacou as quatro vítimas na madrugada de sábado (25).

“Como serial killer ele não tem vínculo nenhum com as vítimas. Ele confessou que ficou na casa bastante tempo depois que matou as quatro vítimas. Ele já sabia como ia entrar e foi pela janela do banheiro dos fundos. O problema é que a gente tenta analisar a conduta criminosa com base no nosso raciocínio, mas temos que lembrar que é um psicopata, um criminoso em série. A mente dessas pessoas não funciona como a nossa”, disse o delegado.


Requintes de crueldade

Aos policiais, ele disse que depois de esfaquear as vítimas – enquanto ainda estavam agonizando – cometeu abuso sexual contra a mãe e duas filhas. A mãe e a filha mais velha foram encontradas mortas no corredor do imóvel. As outras filhas, de 13 e 10 anos, em um dos quartos.

O acusado pelas mortes estava trabalhando como pedreiro em uma obra ao lado da residência onde o crime ocorreu. Conforme o delegado Bruno França, ele morava no local e planejou o ataque.

“Na casa havia cães de grande porte, bravos, cerca elétrica, e mesmo com toda segurança, o intento criminoso dele era tamanho que ele conseguiu superar tudo isso. A cena dentro da casa era chocante e não deixava dúvidas de que era um crime com intenção sexual, cometido por alguém que não conhecia as vítimas”.

“A criança foi estrangulada e as demais vítimas degoladas, que é o corte na região da garganta. Somente a mais nova estava vestida, as demais sem roupa e abusadas sexualmente. Eu nunca vi nada parecido e creio que nunca mais verei. Quem entrou naquela casa [e viu a cena do crime] nunca mais será o mesmo”, completou o delegado.


Mente assassina

De acordo com as investigações iniciais, o delegado acredita que Gilberto nutriu sentimento de prazer por matar, tanto que levou as roupas íntimas das vítimas e as guardou como “lembrança”, em um armário junto com as roupas que usava na hora dos crimes, ensanguentadas.

“Ele começou a entrar em contradição, e já sabíamos que havia uma pegada de chinelo, muito clara no sangue seco, e solicitamos os calçados e o perito confirmou que o dele era compatível. Após confrontar o chinelo, existia outra coisa: uma das vítimas lutou muito pra não morrer e arrancou um tufo de cabelo dele e quando fomos falar com ele era visível as lesões no couro cabeludo e ele confessou o crime ainda na obra”.

O delegado disse que a confissão não encerra as investigações. É necessário, segundo ele, apurar se tinha mais pessoas envolvidas.


Quem eram as vítimas

Cleici, a mãe, era proprietária de uma empresa de prestação de crédito e a filha mais velha, Miliane, cursava agronomia em uma faculdade do município.

Já as filhas mais novas, Manuela e Melissa, tinham um canal de YouTube onde falavam sobre o amor entre irmãs.

De acordo com um empresário conhecido da família, o pai das meninas e esposo de Cleici trabalha como caminhoneiro e estava em Cascavel (PR), quando o crime ocorreu.

As quatro foram sepultadas nesta terça-feira (28) após serem veladas na Igreja Assembleia de Deus, no bairro Morada do Sol, em Sorriso.





 DigoresteNews/PrimeiraPagina 

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