Médicos ativos que trabalham em Cuiabá correspondem quase a metade do Mato Grosso
Dos 7.259 profissionais ativos, 3.492 (48%) estão em Cuiabá, o que representa 5,6 profissionais por mil habitantes
Seguindo uma tendência nacional, Mato Grosso apresenta desigualdade na distribuição e fixação de médicos.
No Estado, dos 7.259 profissionais ativos, 3.492 (48%) estão em Cuiabá, o que representa 5,6 profissionais por mil habitantes.
Os demais (3.767) estão distribuídos pelos outros 140 municípios mato-grossenses, atendendo mais de 2,9 milhões de pessoas.
Os mais de 3,7 mil especialistas correspondem a 1,3 médico por mil habitantes.
Divulgados na segunda-feira (6), os dados fazem parte da “Demografia médica no Brasil 2023”, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e têm como base dezembro de 2022.
No país, dos 545,4 mil médicos em atividade, mais de 290 mil estão nas capitais, atendendo a 24% da população.
Para o CFM, houve um crescimento acelerado do número de escolas médicas e de vagas na última década, que levou a um aumento sem precedentes no número de médicos e de sua densidade por grupo de mil habitantes no Brasil.
“Mantendo-se o mesmo ritmo de crescimento da população e de escolas médicas, dentro de cinco anos, em 2028, o país contará com 3,63 médicos por mil indivíduos, índice que supera a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE)”, diz.
Ainda em nível estadual, o levantamento revela que os mais de 7,2 mil profissionais equivalem a 2,03 por mil habitantes.
A média de idade entre os profissionais é de 42,83 anos e o tempo de formação de 16,06 anos.
No vizinho Mato Grosso do Sul, são 7,1 mil médicos, correspondendo a 2,52 por mil pessoas.
Em Goiás, há 16.782 profissionais, representando 2,33/mil indivíduos e no Distrito Federal são 14.593 ou 4,72/mil habitantes.
Entre outras conclusões, a “Demografia médica 2023” reforça que o Brasil possui médicos ativos, com registro nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), em número absoluto suficiente para atender às necessidades da população.
Mas apesar do significativo contingente, um dos maiores do mundo, ainda há um cenário de desigualdade na distribuição, fixação e acesso aos profissionais. As distorções acontecem sob diferentes ângulos.
Além das capitais, pelos dados disponíveis nos painéis, percebe-se que a maioria dos médicos permanece concentrada nas regiões sul e sudeste e nos grandes municípios.
“No Brasil, testemunhamos um cenário de forte desigualdade com relação à distribuição de médicos pelo território. A maioria dos profissionais tem optado por se instalar nos estados do sul e do sudeste e nas capitais devido às melhores condições de trabalho”, destacou o presidente do CFM, José Hiran Gallo, por meio da assessoria.
“Aqueles que moram no norte, no nordeste e nos municípios mais pobres, do interior, se ressentem da falta de investimentos em saúde, dos vínculos precários de emprego e da ausência de perspectivas”, completou.
Para ele, o país precisa de políticas de atração e de fixação de médicos. Caso isso não ocorra de forma substantiva, adverte o presidente, a dificuldade no acesso se manterá e a qualidade da assistência na rede pública não atingirá o padrão de qualidade desejado.
“Esse cenário de desigualdades se reproduz também no acesso da população aos serviços de saúde e a outros profissionais de saúde”, avalia.
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