Associação de Militares denuncia dois vereadores de Cuiabá por rombo de milhões e emissão de notas frias

Notícia crime com indícios de irregularidades referentes aos anos 2013 a 2020 foi protocolada no MPMT     


 Segunda-feira, 22 de agosto de 2022 

Após realizar auditoria interna A Que que identificou possível "rombo" de R$ 2,4 milhões nas contas, a Associação de Cabos e Soldados da Policia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso (ACSPMBM-MT) protocolou notícia crime no Ministério Público (MPMT). Os indícios de irregularidades identificadas são referentes aos anos de 2013 a 2020, período em que a ACS esteve sob a gestão de Adão Martins da Silva.

A auditoria apontou pagamentos de "notas frias" em nome do vereador de Cuiabá Didimo Vovo (PSB) e empresas de familiares do Sargento Joelson (PSB), à época vice-presidente da CS e atual candidato a deputado federal. Além dos vereadores, também estão apontados na notícia crime Edilelson da Silva Nazário (Secretário Geral), Gumercino Rosa Pereira (Ex-diretor Financeiro), Danilo Jorge da Cruz Coelho (Vice-Diretor Financeiro) e Marcus Vinícius Castro de Arruda (Diretor Financeiro).

Uma das notas frias chama a atenção pelo montante: R$ 80 mil. De acordo com o documento, assinado pela assessoria jurídica, entre as irregularidades, "o que causou bastante estranheza foi a constatação de que o montante de R$ 2.421.273,02 (dois milhões, quatrocentos e vinte e um mil, duzentos e setenta e três reais e dois centavos) foi gasto com a apresentação de documentos inidôneos sem que comprovassem realmente a origem a qual o valor foi empregado".

"O que causa maior estranheza é que em análise minuciosa ao descrito no relatório da auditoria contábil anexo, item 3.2.7, alínea C, Silvio Bem Hur Construtora Nova Semente, foi possível constatar a existência de NOTA FISCAL FRIA, ou seja, no relatório contábil constatou-se o desconto do cheque n° 852073 datado de 23/12/2019 e a nota fiscal foi emitida no dia 20/04/2020 e cancelada no mesmo dia", afirma a denúncia feita ao MPMT, que foi distribuída à promotora Daniele Crema da Rocha de Souza, da Promotoria Militar.

A ACSPMBM-MT recomenda ao Ministério Público que "a tomada de providências ante a gravidade dos fatos delineados acima detectáveis com maior precisão na perícia contábil que instrui presente, responsabilizando os antigos gestores que malversaram os recursos da ACSPMBMMT e lesionaram seus associados".

Em nota, o presidente da Associação, Laudicério Machado, afirma que o trabalho de auditoria realizado, se deu em virtude do seu compromisso com os Associados ainda durante a campanaha de chapas que concorreram à ACS. Uma das propostas era a realização de uma auditoria nas contas da Associação dos últimos oito anos, e assim foi realizado.

"Saliento que em relação às incongruências apresentadas no relatório final, todos os envolvidos terão o momento para apresentar suas justificativas na ação judicial de prestação de contas já em trâmite. Não estamos aqui apontando culpados, entretanto, enquanto gestores, temos comprometimento de apresentar aos associados o que foi feito com dinheiro referente mensalidades pagas por eles nos últimos oito anos", afirmou.

Ele ainda ressalta que compromisso desde o registro da candidatura a presidência da ACS é primar pelo coletivo e "estamos empenhados em cumprir todas as propostas iniciais, as quais já conseguimos algumas delas, tais como o apoio psicológico aos nossos associados e o que ao meu ver é uma das maiores vitórias, o seguro de vida e auxílio funeral, essas são as primeiras das muitas benfeitorias que trouxemos para não se terem mais solicitações de cotas em grupos de militares".


Fonte: RdNews


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