Bolsonaro diz que indigenista e repórter podem ter sido executados e critica ‘aventura’ da dupla
Terça-feira, 7 de junho de 2022
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 7, que o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do The Guardian, podem ter sido executados. Pereira e Phillips desapareceram quando viajavam a trabalho, no domingo, 5, e retornavam da comunidade São Rafael em direção à cidade de Atalaia do Norte, na Amazônia. Bolsonaro afirmou duas vezes que “tudo pode acontecer” nessa região, classificada por ele como “selvagem”, e criticou o que chamou de “aventura” da dupla.
“O que nós sabemos, até o momento, é que no meio do caminho (eles) teriam se encontrado com duas pessoas, que já estão detidas pela Polícia Federal, estão sendo investigadas. E realmente duas pessoas apenas num barco, numa região daquela, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser um acidente, pode ser que eles tenham sido executados. a gente espera e pede a Deus para que sejam encontrados brevemente”, afirmou Bolsonaro, em entrevista ao SBT News.
Em comunicado divulgado na manhã desta terça-feira, 7, o Ministério das Relações Exteriores disse que a Polícia Federal e a Marinha estão tomando “todas as providências” para localizar Pereira e Dom o mais rapidamente possível. O Itamaraty observou, ainda, que tomou conhecimento do assunto “com grande preocupação”.
‘Grande preocupação’
Veja a íntegra da nota do ministério:
“O Governo brasileiro tomou conhecimento, com grande preocupação, da notícia de que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira estão desaparecidos na região do Vale do Javari, na Amazônia.
Mobilizado desde logo, o Departamento de Polícia Federal (PF) está atuando naquela região e tomando todas as providências para localizá-los o mais rápido possível. A PF fez repetidas incursões e tem contado com o apoio da Marinha do Brasil, que se somou aos esforços nos trabalhos de buscas de ambos os cidadãos.
O Governo brasileiro seguirá acompanhando as buscas com o zelo que o caso demanda e envidando os esforços necessários para encontrar prontamente o profissional da imprensa britânica e o servidor da Fundação Nacional do Índio.
Na hipótese de o desaparecimento ter sido causado por atividade criminosa, todas as providências serão tomadas para levar os perpetradores à Justiça.
Os familiares e colegas de trabalho dos desaparecidos serão mantidos a par do progresso das buscas.”
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