Gastos milionários de Bolsonaro no cartão corporativo provoca reação na internet
“JAIR GASTA O BRASIL PAGA” é um dos principais assuntos do Twitter. Somente em 2022, Bolsonaro gastou R$ 8,8 milhões no cartão corporativo
Quinta-feira, 19 de maio de 2022
“JAIR GASTA O BRASIL PAGA” é um dos termos mais comentados no Twitter nesta quarta-feira (18), com cerca de 28,2 mil mensagens (até o fechamento desta matéria) que denunciam os gastos que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou no cartão de crédito do Palácio do Planalto. Ou seja, pago com recursos públicos. Somente neste ano, o presidente usou o cartão para gastos que chegam a R$ 8,8 milhões, de acordo com o Portal da Transparência. Ao mesmo tempo, a maioria da população sofre com a alta da inflação e a queda na renda.
A gastança está em ritmo explosivo. No início do mês, levantamento feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) revelou que, entre 10 de abril e 5 de maio, foram pouco mais de R$ 4,2 milhões pagos com o cartão ligado à Presidência da República. Nos três primeiros meses do ano, esses gastos somam R$ 4,6 milhões.
Em 2019, no primeiro ano do mandato, Bolsonaro gastou R$ 4,8 milhões. Em 2020, as compras somaram R$ 7,9 milhões. Já no ano passado, as despesas lançadas no cartão corporativo ficaram em R$ 6,7 milhões. Até o momento, esses gastos somados totalizam R$ 28,2 milhões.
“Se o povo está passando fome, sem emprego, sem dignidade, sem condições no Brasil, é porque está pagando a MAMATA de Bolsonaro!”, tuitou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O perfil oficial do PT destacou que, em média, Bolsonaro gasta R$ 32 mil reais por dia no cartão corporativo. “Enquanto Bolsonaro segue na mamata, o salário do povo não garante nem o mercado do mês…”, destacou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).
Sigilo
Os cartões corporativos cobrem todo tipo de despesa realizada pela família presidencial. Os gastos são concentrados principalmente nas áreas de alimentação, transporte e hospedagem. Mas desde 2019, o Palácio do Planalto impõe sigilo e se recusa a descrever os gastos. Com base em decreto editado durante a ditadura, o governo Bolsonaro alega que a divulgação dos dados poderiam ferir “a ordem e a segurança públicas”.
Em novembro de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou ser inconstitucional esse dispositivo que assegurava confidencialidade dos gastos da Presidência. Ainda assim, o governo federal tem se aproveitado de brechas na decisão para não dar publicidade aos gastos com os cartões corporativos.
Em fevereiro deste ano, a Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle aprovou requerimento do senador Fabiano Contarato (PT-ES) para que a Secretaria-Geral da Presidência da República divulgasse os gastos de Bolsonaro e funcionários da Presidência nos chamados cartões corporativos. O órgão deveria especificar, inclusive, o nome e CPF dos responsável pelo gastos, assim como nome e CPF dos favorecidos, além do valor pago. Até o momento, no entanto, a pasta não respondeu ao Senado.
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