Deputado Riva autorizou Gilmar Mendes do STF a invadir terra em MT, diz revista
Sexta-feira, 08 de abril de 2022
Uma reportagem especial da revista Crusoé, do grupo que controla o site O Antagonista, trás a tona a história da expansão das fazendas do ministro Gilmar Mendes, do STF, no estado de Mato Grosso.
Por exemplo: o decano do Supremo “ganhou” da Assembleia Legislativa o direito a uma área equivalente a mais de 500 campos de futebol.
Segundo a revista, vizinhos acusam a agropecuária do clã da família Mendes de avançar sobre suas terras.
“As propriedades somam 7,2 mil hectares – algo como 7 mil campos de futebol – e valem, juntas, ao menos R$ 25,3 milhões, a se considerar os valores registrados nas matrículas dos imóveis”, revela.
A Crusoé afirma que GM foi contemplado com uma decisão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que autorizou a "regularização da ocupação" de uma área de 507 hectares, o equivalente a mais de 500 campos de futebol.
Batizada de "Fazenda Paraguai VII", a propriedade fica encravada entre outras áreas que já pertenciam à família do ministro, em Alto Paraguai (218 km a Médio-Norte de Cuiabá), próximo ao rio que empresta o nome à cidade.
"No mesmo dia, o irmão caçula de Gilmar, Francisco Ferreira Mendes Júnior, conhecido como Chico Mendes, obteve autorização para ocupar uma fazenda vizinha, de mesmo tamanho", afirma a revista.
A reportagem cita, ainda, que as duas resoluções foram aprovadas pelo plenário da ALMT e assinadas pelo então presidente da Casa, José Riva, e por outros dois parlamentares que ocupavam postos de comando na Mesa Diretora.
"Riva, um político influente do Estado, ficou conhecido como o ‘maior ficha-suja do país’ por acumular mais de 100 processos por mau uso do dinheiro público. Juntamente com as decisões que passaram a propriedade das terras para o ministro e seu irmão, o então deputado aprovou a regularização de uma fazenda de 1,5 mil hectares para o próprio pai, na cidade de Aripuanã. Riva foi preso três vezes, entre 2015 e 2016, acusado de uma série de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Em duas ocasiões, foi solto por força de decisões monocráticas de Gilmar Mendes”, completa a reportagem.
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