618 mil morreram após pastor bradar ajoelhado com Bolsonaro que "Não haveria mais mortes por Covid no Brasil"
Bolsonaro "ajoelhado" ouviu falso profeta "proclamar que o Brasil estava livre do coronavírus"
Quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
"De joelhos, perante um dos pastores e fiéis evangélicos que o foram ver ao Palácio Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro ouviu de um deles a afirmação de que a partir daquele domingo, dia 5 de abril de 2020, dia proclamado de jejum, não haverá mais mortes nem doentes infetados pelo coronavírus", descreve-se na publicação em causa.
Bolsonaro atendeu o pedido de um pastor e ajoelhou-se com o grupo que fez orações e cantou músicas de louvor. Em silêncio, o presidente ouviu o pastor, em tom exaltado, dizer que, a partir daquele instante, não haveria mais nenhuma morte pela Covid-19 no Brasil, porque o país estaria abençoado por Deus e pelo presidente Bolsonaro", salienta-se.
Naquele tempo, no dia 4 de abril, Jair Bolsonaro que surfava com suas plantações nas redes sociais, maioria sendo Fake News, anunciou um jejum religioso contra a pandemia do coronavírus. Em vídeo publicado pelo presidente, convocou "o exército de Cristo para a maior campanha de jejum e oração já vista no país". E destacava desde então que "os maiores líderes evangélicos deste país atenderam à proclamação santa feita pelo chefe supremo da nação". Como podemos ver nas imagens, menos de 30 pessoas ao todo atenderam ao chamamento.
No dia 5 de abril, Bolsonaro participou numa "roda de orações" pelo fim da pandemia que serviu também como cerimónia de encerramento do jejum.
A cerimónia teve lugar no Palácio da Alvorada, em Brasília, e o presidente ajoelhou-se, acompanhando um sermão proferido por um pastor evangélico. "Em nome de Jesus, eu quero declarar que no Brasil não haverá mais mortes pelo coronavírus", garantiu o pastor. "E aqueles que estão doentes, nos hospitais, sejam curados pelo nome de Jesus".
Até aquela data (05 de abril de 2020), haviam 487 mortes pela Covid-19 e os estados do Acre e Tocantins ainda não haviam registrado mortes. Nesta quarta-feira (29), os números oficiais de mortos pelo vírus no Brasil são de 618.978, ou seja: "Mais de 618 mil pessoas morreram depois das previsões "imprevisíveis" do falso profeta.
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