Sindimed-MT denuncia “furos” na escala de médicos em UTIs públicas de Cuiabá

Para que haja transparência no cumprimento das normas, o Sindimed entrou com uma ação na Justiça.


 Segunda-feira, 08 de novembro de 2021 

O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso- Sindimed-MT denunciou que as UTIs públicas do município de Cuiabá estão com as escalas incompletas e exige que a Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que contratou empresas terceirizadas para gerenciar essas unidades de terapia intensiva resolva a falta de médicos, que põe em risco a vida dos pacientes internados.  A denúncia foi protocolada no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso – CRM-MT.

Após receber várias denúncias, o Sindimed foi ao local e constatou que faltava o médico na UTI adulto 03 do Hospital de Referência do Covid-19, bem como a falta do médico visitador responsável pelas evoluções e prescrições diárias. No fim de semana a situação é ainda mais grave. A norma é que a cada dez leitos em UTI haja um médico responsável, mas não está sendo cumprida. Conforme apurado pelo Sindimed, hoje quando há intercorrência eles acionam os médicos que estiverem de plantão na sala vermelha, ou seja, tira de um setor comprometendo o atendimento para tapar buraco de outro.

“O Sindicato já solicitou por diversas vezes as escalas das UTIs do HMC, porém a superintendência se recusa a fornecer e remete a responsabilidade à Secretaria de Saúde do município. Já formalizamos uma denúncia no Conselho Regional de Medicina – CRM para que fiscalize e tome providências. Já que paciente em UTI sem médico para assistir e nem médico visitador é o mesmo que atentar contra a vida da população que depende desse serviço público”, afirma Adeildo.

“Além das irregularidades de contratações de empresas terceirizadas que não cumprem escalas e não pagam os médicos contratados, ainda há outras irregularidades como a falta de escalas fixadas em local visível para que se tenha conhecimento dos profissionais que está atendendo no plantão e também a falta de médicos visitadores, o que deixa o paciente em um grau ainda maior de vunerabilidade”, denuncia Adeildo Lucena, presidente do Sindimed-MT.

Para que haja transparência no cumprimento das normas, o Sindimed entrou com uma ação na Justiça. Trata-se de Ação Civil Pública que pretende obrigar o Município de Cuiabá a tornar públicas todas as escalas de trabalho dos médicos a serviço no setor público, sejam eles concursados, contratados temporariamente ou terceirizados (por meio de licitação – qualquer modalidade – ou chamamento público). A necessidade do pleito deve-se à inércia da administração em fazê-lo, bem como em responder às demandas do SINDIMED.


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