Reino Unido fecha o cerco e decide não comprar soja de áreas desmatadas após janeiro de 2020

O esforço no avanço de acordo comercial do bloco europeu com o Mercosul, trava  na política ambiental de Bolsonaro.


 Quarta-feira, 10 de novembro de 2021 

Um grupo de indústrias e varejistas do Reino Unido apresentou nesta 3a feira (9/11) um novo compromisso para deixar de comprar soja oriunda de áreas desmatadas após janeiro de 2020.

O Manifesto da Soja no Reino Unido, como foi chamado o compromisso, contou com assinaturas de 27 empresas, incluindo gigantes  como a Tesco, Nestlé Reino Unido e Irlanda, Sainsbury’s, Nando’s, KFC Reino Unido e Irlanda, Morrisons e McDonald’s Reino Unido e Irlanda, além de alguns dos maiores produtores de carne, como Avara Foods, 2 Sisters Food Group, Cranswick e Pilgrim's UK (que pertence à JBS). As companhias signatárias são responsáveis por aquisições que chegam a 2 milhões de toneladas de soja por ano.    

Essas empresas afirmaram que vão impor esse compromisso a fornecedores diretos e que exigirão o mesmo dos indiretos. O compromisso será previsto em contratos.

Ao todo, essas empresas representam 60% da soja comprada anualmente pelo mercado britânico. O objetivo é que essa discriminação esteja totalmente implementada nas cadeias de fornecimento até 2025. 

Ainda sobre meio ambiente e comércio, Humberto Saccomandi destacou no Valor a sinalização positiva, ainda que cautelosa, do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, aos compromissos ambientais apresentados pelo Brasil em Glasgow. Para Borrell, as novas iniciativas ajudam no esforço para avançar com o processo de aprovação do acordo comercial do bloco europeu com o Mercosul, travado por conta de desconfianças de membros importantes da UE com a política ambiental de Bolsonaro no Brasil. Ainda assim, Borrell ressaltou que a aprovação do acordo pode demorar bastante tempo – eventualmente, anos – para aplacar a irritação dos parceiros europeus.

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