Perdas na produtividade reduzem estimativas de receita do milho Mato-grossense

A produtividade mato-grossense na safra 2020/21 foi a menor já registrada pelo Imea desde o ciclo 2016/17


 Quarta-feira, 13 de outubro de 2021 

A menor produtividade dos últimos seis anos afetou diretamente as estimativas do Valor Bruto de Produção (VBP) do milho, em Mato Grosso, na safra 2022/21. Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a quarta estimativa para a receita do cereal revela perdas em relação aos números projetados para essa safra. 

“O faturamento do cereal ficou estimado em R$ 20,81 bilhões, o que aponta um recuo de 12,21% em relação à projeção anterior, pautado, principalmente, pela consolidação da quebra na produtividade da safra 2020/21 do milho no Estado, uma vez que o atraso na semeadura e as intempéries climáticas impactaram negativamente os rendimentos das lavouras”.

O VBP é o faturamento estimado à produção agropecuária que leva em conta o volume produzido na safra e o valor médio de mercado. É a receita da ‘porteira para dentro’ das propriedades.

Na safra 2020/21, a produtividade mato-grossense ficou em 92,65 safras por hectare (sc/ha), a menor já registrada pelo Imea desde o ciclo 2016/17, já que dessa temporada até a atual, o rendimento foi o seguinte: 107,1 sc/ha, 99,6 sc/ha, 110,9 sc/ha, 109,02 sc/ha, 93,54 sc/ha e 92,65 sc/ha.

“Deste modo, a redução refletiu na diminuição de 1,68 ponto percentual (p.p.) na participação do VBP do milho frente ao faturamento agropecuário no Estado. No entanto, mesmo com a redução entre as estimativas, o VBP do milho em 2021, ainda apresenta um acréscimo de 26,50% quando comparado ao faturamento consolidado do ano de 2020, visto que apesar da menor oferta, os preços continuam em altos patamares, influenciados, sobretudo, pela quebra produtiva em Mato Grosso e no cenário nacional, bem como a alta demanda pelo cereal”, pontuam os analistas do Órgão.


NESSE ANO 

A safra 2020/21 se consolidou como a de maior área já cultivada com o cereal, no Estado, um aumento de 7,78% em relação à temporada anterior, totalizando 5,84 milhões de hectares.

Em relação à produtividade, a semeadura fora da janela considerada ideal para o cultivo – que aliado ao menor volume de chuvas do Estado – afetou o potencial produtivo de grande parte das áreas em Mato Grosso, estabelecendo perdas anuais de 15,02%.

As regiões que mais foram impactadas pelo clima nesta safra foram sudeste, médio norte e nordeste, com reduções na ordem de 18,42%, 17,73% e 15,21% em relação à última safra, respectivamente.

Com a redução na produtividade do Estado e o aumento de área, que amenizou parte do impacto, a produção ficou consolidada em 32,56 milhões de toneladas, queda de 8,14% ante a safra anterior.


Digoreste News/MT Econômico

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