Espiã bolsonarista usava perfil falso no Twitter e publicava em favor do presidente e contra o STF e ministros
Infiltrada no gabinete de Lewandowski atuava como informante do blogueiro foragido Allan dos Santos
A estagiária do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que servia como informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos fez série de ataques ao ministro Alexandre de Moraes nas redes sociais.
Em um post do dia 3 de setembro, ela compartilhou vídeo de Moraes e escreveu que o magistrado tem "personalidade sádica".
Como revelamos, Tatiana Garcia Bressan, 45, usava um perfil no Twitter com outro nome (@visittabb). Ela disse a Allan, nas primeiras conversas, que usava essa página após ter sido proibida por seu chefe no STF de fazer postagens. No perfil, há diversas publicações em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e contra o STF e ministros.
No dia 15 de agosto, a estagiária postou vídeo que dizia que Moraes "fez lobby no STF para livrar desembargador" e escreveu a seguinte legenda: "PutaquepaRIUUUU mil vezes. Minha nossa!".
Ela também esteve ativa nas redes durante as manifestações a favor do presidente Bolsonaro no dia 7 de setembro. Tatiana compartilhou foto de cartaz que tinha a frase "saindo daqui, nós vamos para um bar falar mal do Alexandre de Moraes". "Também vou kkkkk", escreveu Tatiana.
Em outro post, usou a hashtag "#7setPelaLiberdade".
No mesmo dia, publicou notícia do portal Epoch Times Português que dizia que promotores aposentados haviam pedido a prisão de nove ministros do STF —a notícia era acompanhada de foto de Moraes.
No perfil, Tatiana também defendia pautas alinhadas ao bolsonarismo, como o voto impresso, além de ser contra medidas de restrição impostas pelos governos para conter a disseminação do coronavírus.
Nesta quarta (6), Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal ouça Tatiana. Como revelamos, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, investigado pelo STF, tratou a ex-funcionária de Lewandowski como informante, como mostram mensagens coletadas pela Polícia Federal.
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