Águas Cuiabá deixa população do Pedra 90 seis dias desabastecida
Empresa de Saneamento cortou centenas de unidades inadimplentes na última quinta-feira, mas precarizou o serviço à toda população
O último dia em que a água chegou dentro das normalidades nos lares do setor de distribuição I da etapa I do bairro Pedra 90 em Cuiabá, foi na terça-feira (19). Na quinta-feira, houve uma operação de cortes de fornecimento do líquido precioso, que atingiu grande percentual das unidades de cavaletes, instalados nas residências. Foi o primeiro grande corte após os sucessivos decretos da pandemia, que impedia o desligamento durante os avanços do coronavírus, isso, desde abril de 2020.
Embora muita gente tenha vacilado, deixado por descuido alguma fatura a pagar, e outros não efetuaram o pagamento em decorrência da crise econômica que gerou grande desemprego, maioria tem pagado altos valores na fatura mensal, e mesmo assim foram afetados pelo desligamento total dos serviços nos últimos seis dias. Na quinta (21) a água chegou até os cavaletes, mas, não teve pressão para subir aos reservatórios. Na outra escala, sábado (23), se quer foi distribuída pela companhia Águas Cuiabá. Hoje, segunda-feira (25), quem estava atento conseguiu colher o líquido em baixo, com uma bacia ou um balde, na proporção suficiente para se lavar algumas vazias e nada mais.
O fato é recorrente, segundo a Sra Luzia Barbosa, moradora da rua 15, a cerca de 15 dias não foi diferente. "Parece que eles estão com marcação contra a comunidade, porque alguns deixam de pagar, todos sofrem com a retaliação," diz.
O sr. Afrânio da rua 13, que mora no bairro desde sua fundação, a 20 anos, lembra que muita gente teve as unidades desligadas na semana passada, incluindo até um Conselheiro Tutelar, morador da rua 14, mas, a grande maioria, mesmo no período de pandemia conseguiu permanecer regular com a quitação das faturas. "No quarteirão que moro, tem 50 cavaletes, destes, 9 foram cortados, 41 estavam regulares. Nessa proporção, o bairro que tem mais de 5 Mil unidades, tem mais de 4 Mil que estavam regulares, e todos que tiveram o serviço interrompido também correram para pagar, mas, estamos ficando sem água como nunca ficamos."
A sra. Carmem Dionísia, moradora da rua 21, disse que não tem água se quer para beber, e que na sexta-feira teve que pegar uma pequena quantidade emprestada da vizinha para banhar e ir para o trabalho, deixando os dois filhos se virarem com apenas 20 litros do líquido, durante todo o dia.
Ela vê algumas falhas que deveriam ser corrigidas, como grandes comércios que nem tem cavaletes, referindo ao imóvel de uma casa de produtos agropecuários, que aluga salas e gira grandes recursos, mas a 15 anos vive na gambiarra, com instalação clandestina embaixo da estrutura. "Se um pobrezinho atrasar, tem o fornecimento interrompido e ainda paga taxa de religação, mas, comerciantes que não tem necessidade da clandestinidade, vivem a vida inteira consumindo normalmente, sem pagar pelo consumo". Vê se pode, eu que vivo de salário mínimo, com dois filhos para criar, pago conta de R$100,00, e ainda fico sem água em momentos como esse," diz a moradora revoltada.
O Digoreste News tentou contato com a Iguá (Águas Cuiabá) mas não foi atendido.
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