94% dos internados com Covid em hospital de referência no Rio não se vacinaram.
440 pessoas estão internadas para tratamento da doença em toda a cidade.
Sexta-feira, 01 de outubro de 2021
No Rio de Janeiro, 206 entre os 218 internados com covid-19 no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, ou seja, 94,5% não estão vacinados.
A unidade é referência para tratamento da doença na capital fluminense e concentra a maior parte das internações durante a pandemia.
Os 12 hospitalizados restantes tomaram ao menos uma dose da vacina. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Atualmente, 99,2% da população carioca habilitada para ser vacinada recebeu ao menos uma dose de vacina. Completamente vacinados já são 64,7% na cidade do Rio.
Na última sexta-feira (24), a SMS informou que houve uma redução de 42% no total de internados com covid-19 no município do Rio de Janeiro entre a segunda e a terceira semana de setembro.
Atualmente, 440 pessoas estão internadas para tratamento da doença em toda a cidade. O índice que gira em torno deste número ao longo de toda a semana é o menor desde o início da pandemia.
Com o cenário epidemiológico favorável, a SMS anunciou que irá reverter cem leitos do Ronaldo Gazolla para tratamento de outras doenças que não a covid-19. "A decisão foi baseada na queda das hospitalizações por covid que o município do Rio vem registrando há algumas semanas e na adesão robusta dos cariocas à campanha de vacinação", diz a secretaria em nota.
Dos leitos agora disponíveis para outros tratamentos na unidade de saúde, 48 são de UTI e 52 de enfermaria. Ainda assim, o hospital manterá 320 leitos para tratamento de covid-19. Disputa na Justiça pelo 'passaporte'
Apesar de a vacinação ter influência direta na queda dos índices da pandemia na capital fluminense, o desembargador Paulo Rangel, suspendeu ontem a necessidade de ter o passaporte da vacina da covid-19 para circular no município.
Segundo Rangel, o decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD) não tem relevância legal o suficiente para impedir a locomoção de pessoas que não se vacinaram contra o coronavírus.
A reportagem, a Procuradoria-Geral do Município disse "que vai recorrer da decisão contrária à comprovação da vacinação na cidade". Hoje, Paes ironizou as "liberdades individuais" citadas na decisão no Twitter.
No entendimento do desembargador, o decreto de Paes divide a sociedade em dois. "O prefeito está dizendo quem vai andar ou não pelas ruas: somente os vacinados. E os não vacinados? Estes não podem circular pela cidade", argumentou.
Entretanto, o decreto assinado por Paes, que está em vigor desde o dia 15 de setembro, não limita que pessoas sem o passaporte da vacina andem pelas ruas. Ele proíbe o acesso a certos locais, como cinemas, estádios de futebol e academias. Bares e restaurantes ainda estão liberados para os não vacinados contra a covid-19.
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