Torcida do time do Cuiabá deverá voltar à Arena Pantanal neste sábado (2)

Clubes deverão decidir pela volta da torcida no Brasileiro já neste final de semana

 Quarta-feira, 29 de setembro de 2021 

O conselho técnico dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro decidiu nesta terça-feira (28) pelo retorno dos torcedores aos estádios já neste final de semana, mas com ressalvas para a situação do Bahia e dos clubes paulistas.        

O Cuiabá, que joga no sábado (2) contra o América-MG, poderá contar com 35% do público na Arena Pantanal (14 mil torcedores), como prevê a lei estadual. Só vão conseguir entrar na Arena Pantanal, conforme a lei, as pessoas com exame RT-PCR negativo realizadas no máximo há 48 horas antes do evento ou aquelas que já completaram a imunização contra o novo coronavírus, através do comprovante da vacinação de dose única ou duas doses.

​Como o veto ao público seguirá até domingo (3) em São Paulo, o duelo entre Santos e Fluminense, antes marcado para o mesmo dia, será realizado em uma nova data. A agremiação praiana acredita que o melhor para seu momento atual –clube luta para se distanciar da zona de rebaixamento– é jogar com o apoio de seu torcedor e teve aval da carioca pelo adiamento.          

Palmeiras e Red Bull Bragantino, que jogarão pela 23ª rodada do Nacional em casa, atuarão com portões fechados. O time de Bragança receberá o Corinthians no sábado (2). No dia seguinte, o elenco alviverde pega o Juventude, no Allianz Parque. Já o São Paulo visitará a Chapecoense neste final de semana.        

A equipe palmeirense preferiu não mexer em seu calendário de jogos.          

Assim como o Santos, o Bahia também terá o seu compromisso pelo Brasileiro, contra o Ceará, anteriormente previsto para sábado, remarcado.          

O retorno imediato dos torcedores foi acolhido por 18 das 19 equipes que participaram da reunião virtual. O Athletico é contra o volta dos torcedores neste ano. O clube foi procurado pela reportagem para comentar a decisão, mas não se pronunciou até a publicação deste texto.      

O Flamengo, em movimento que o isola ainda mais dos demais clubes, não participou do encontro. O clube, que teve uma liminar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e o aval da Prefeitura do Rio de Janeiro para a volta da torcida, acredita que essa não é uma decisão das equipes ou da CBF, mas das autoridades.        

“Esta é uma decisão conjunta dos clubes, um passo importante para a presença dos torcedores nos estádios, que está sendo dado em parceria com os órgãos sanitários, respeitando sempre o protocolo elaborado pela comissão médica organizada pela CBF. Esperamos que a torcida, a maior beleza do futebol, volte a brilhar e a se emocionar nos estádios”, afirmou Ednaldo Rodrigues, presidente em exercício da CBF.        

Entre os 20 times da Série A do Brasileiro, somente o Bahia não tem autorização do poder público para reabertura dos portões. No estado de São Paulo, o torcedor poderá voltar ao estádio a partir do dia 4 de outubro.        

"A autorização de público nos estádios somente será realizada se o número de casos ativos de coronavírus voltar a cair substancialmente. Nos últimos 10 dias, os números cresceram em 40%", escreveu o governador baiano Rui Costa (PT) em sua conta no Twitter. "No entanto, já aviso que, quando autorizarmos, será exigida a imunização completa das pessoas."              

Os governadores são os responsáveis por decidir os protocolos e a capacidade do público em seus estados.          

De acordo com o protocolo em São Paulo, até o dia 14 de outubro os estádios poderão receber no máximo 30% de sua capacidade. Depois, o limite passará para 50%. A partir de 1º de novembro, a liberação será de 100%.          

Para assistir às partidas nas arenas paulistas, o torcedor deverá apresentar comprovante de vacinação com as duas doses da vacina contra Covid –dose única no caso da Janssen.          

Quem ainda não tiver concluído o esquema vacinal, deverá ter tomado ao menos uma dose do imunizante e apresentar um teste negativo, com validade de 48 horas para os do tipo PCR ou 24 horas para os de antígeno.        

O uso de máscara será obrigatório em todos os setores do estádio.        

O retorno do público na reta final da temporada poderá render alguma receita aos times, que desde de março de 2020 fecharam os portões de seus estádios e sofrem com a queda de adesão aos programas de sócio-torcedor –atrelado à facilidades na hora de adquirir ingresso.   

Em 2019, a última temporada antes da pandemia, as 20 equipes mais bem colocadas no ranking da CBF arrecadaram, juntas, R$ 952 milhões com o matchday (receitas de bilheteria, sócio-torcedor, comercialização de camarotes e venda de produtos dos clubes, além de alimentos e bebidas), segundo estudo da EY.        

O Flamengo, campeão Brasileiro e da Libertadores daquela temporada, embolsou R$ 175 milhões com esse tipo de receita      

Especialistas em finanças estimam que, para obter lucro com a volta do torcedor, é preciso comercializar ao menos 30% das entradas por jogo.        

“A principal importância é no aspecto técnico, a torcida é uma força, embora com potencial menor [pela lotação permitida]. No aspecto financeiro, vai depender muito da capacidade de público. Mas importante é retornar devagar, com segurança”, afirma o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.      

  No estado cearense, o governador ​Camilo Santana (PT) autorizou até 10% de público na arena Castelão.

23ª RODADA, A PRIMEIRA COM PÚBLICO*

Sábado (2)

17h - Cuiabá x América-MG (35% = 14 mil pessoas)

17h - Fortaleza x Atlético-GO (10% = 6,4 mil pessoas)

19h - Red Bull x Corinthians (sem público)

21h - Atlético-MG x Internacional (30% = 18 mil pessoas)

Domingo (3)

16h - Flamengo x Athletico-PR (50% = 35 mil pessoas)

16h - Chapecoense x São Paulo (30% = 6 mil pessoas)

18h15 - Palmeiras x Juventude (sem público)

20h30 - Grêmio x Sport (até 2,5 mil pessoas)

Adiados

Bahia x Ceará

Santos x Fluminense

*Estimativa de público baseado nas decisões dos estados até tarde desta terça-feira (28)