Em carta, mãe de bombeiro morto por maus-tratos pede perdão ao filho

Meu filho, perdoa a mãe, que prometeu que faria Justiça pela sua morte, a mãe lutou filho, mas ainda não o suficiente para ver essa Justiça acontecer até agora


 Segunda-feira, 27 de setembro de 2021 

Após a Justiça condenar a tenente do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Izadora Ledur de Souza Dechamps, a um ano de prisão em regime inicial aberto pelo crime de maus-tratos pela morte do aluno dos bombeiros Rodrigo Claro, a mãe dele, Jane Patrícia Lima Claro, publicou no domingo (26), em sua rede social, uma carta em que pede perdão ao filho.

“Meu filho, perdoa a mãe. Perdão meu filho, por de repente não ter sido a melhor mãe pra vc. Me perdoe filho, pois a mãe não conseguiu cumprir a promessa que a mãe fez pra vc no dia que seu corpo foi depositado naquela lápide fria e solitária, a mãe prometeu que faria Justiça pela sua morte, a mãe lutou filho, mas ainda não o suficiente para ver essa Justiça acontecer até agora... Filho, perdoa a mãe. Ajuda a mãe superar sua falta filho. Ajuda a mãe encontrar forças para seguir. Filho, está muito difícil essa batalha, mas por vc eu não irei desistir jamais”, escreveu.

Rodrigo Claro era estudante do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros e foi submetido a uma sequência de afogamentos, conhecidos como caldos, durante um treinamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Na ocasião, Izadora Ledur era a instrutora. Rodrigo Claro passou mal, foi internado e ficou em coma na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital particular da Capital e morreu cinco dias depois.

A sessão de julgamento do caso aconteceu no último dia 23 e foi presidida pelo juiz Marcos Faleiros. Por volta das 20 horas, a sentença foi proferida e a militar condenada a um ano de prisão em regime inicial aberto pelo crime de maus-tratos contra o aluno. Ela não perderá a patente.

Votos divergentes foram proferidos por dois juízes militares, cabendo recurso sobre a sentença. No dia 24, o promotor de Justiça Paulo Henrique Amaral Motta informou que entraria com o recurso de apelação “em razão da total irresignação com a injusta e equivocada sentença proferida”.

O Ministério Público do Estado pede a condenação da tenente pelo crime de tortura. A assistência de acusação pede ainda que a militar seja expulsa da corporação.



Digoreste News, com Diário de Cuiabá


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