Ministério da Saúde diz que 12,4% das crianças de MT até 9 anos estão com excesso de peso
A pandemia ajudou a agravar a situação e teve impacto importante na alimentação das crianças e adolescentes e aumento do sedentarismo.
Terça-feira, 17 de agosto de 2021
Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) revelou que 12,4% das crianças de zero a nove anos de idade estão com excesso de peso, em Mato Grosso. Destas, 7,7% meninos e meninas na mesma faixa etária estão com sobrepeso e 4,7% obesas. Já 4,6% apresentam baixo peso e 65,9% peso adequado. Em Cuiabá, o percentual de crianças com excesso de peso é maior ainda: 13,3%. Com peso adequado são 64,6% e baixo peso 5,4%.
Os dados são do Ministério da Saúde (MS) e foram apresentados após o lançamento da campanha sobre a obesidade infantil, com o lema “Vamos prevenir a obesidade infantil: 1,2,3 e já!”. De acordo com o órgão federal, a obesidade infantil é uma doença que afeta milhares de crianças e é motivo de alerta em todo país.
Em nível nacional, o levantamento mostra que 7% das crianças brasileiras menores de cinco anos estão com excesso de peso e 3% estão obesas. “O número de obesidade vem aumentando cada vez mais e a estratégia lançada hoje tem como objetivo colocar freio nisso. Como médico posso afirmar que a obesidade é uma doença que aumenta o risco de outras doenças. Precisamos conter o problema e combater o sedentarismo”, afirmou o secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde (MS), Raphael Câmara.
A pandemia da Covid-19 também agravou a situação e teve impacto importante na alimentação das crianças e adolescentes, além do aumento do sedentarismo. A interrupção significativa na rotina das crianças pode gerar impacto negativo na saúde mental e bem-estar, o que pode provocar um índice ainda maior de jovens com excesso de peso.
Diante de cenários como estes, a intenção do governo é incentivar a alimentação saudável, a diminuição do sedentarismo e ações voltadas para a saúde das crianças. Durante o lançamento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a destinação de R$ 90 milhões para fortalecer o cuidado e a nutrição das crianças.
Também foram assinadas duas portarias, uma delas institui a Estratégia Nacional de Prevenção e Atenção à Obesidade infantil (Proteja), que busca articular as iniciativas nos estados, no Distrito Federal e nos municípios.
A segunda destina três parcelas de R$31,9 milhões por ano, durante três anos, para cidades de até 30 mil habitantes que registraram, em 2019, sobrepeso em mais de 15% das crianças menores de 10 anos. Os municípios que se encaixarem nos critérios estipulados pelo texto podem fazer a adesão ao incentivo financeiro a partir desta quarta (10) até 20 de setembro de 2021.
Conforme os especialistas, a obesidade infantil é resultado de uma série complexa de fatores genéticos e comportamentais, que atuam em vários contextos familiar, escolar e social. E, crianças com obesidade correm riscos de desenvolverem doenças nas articulações e nos ossos, diabetes e doenças cardíacas.
Para evitar esses riscos, é essencial que a introdução alimentar seja feita no período correto. Um exemplo é o aleitamento materno exclusivo a partir dos 6 meses, bem como o consumo de alimentos balanceados, evitando os processados e industrializados.
Algumas das orientações dos especialistas são evitar os salgadinhos, refrigerantes e biscoitos recheados bem como dar mais espaço aos legumes e frutas, arroz e feijão.
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