Maior bolsonarista entre os governadores, Zema culpa o Governo Bolsonaro por aumento nos combustíveis
Governador de Minas fez 10 tuítes para esclarecer que a culpa dos combustíveis estarem caros não é dele, mas do governo federal
Sexta-feira, 27 de agosto de 2021
O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) se defendeu das acusações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o aumento no preço dos combustíveis no país é responsabilidade dos governos estaduais. Ele usou as redes sociais na manhã desta sexta-feira (27/8) para atribuir à Petrobras, controlada pelo governo federal, a responsabilidade pelos aumentos.
Bolsonaro responsabilizou os governadores pelo alto preço dos combustíveis e do gás de cozinha. Ainda em agosto, ele afirmou que o verdadeiro vilão não é o governo federal. “Hoje em dia, o litro da gasolina é vendido nas refinarias na casa de R$ 1,95. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, o que é um absurdo, o imposto federal na casa de setenta centavos, vamos ver quem é o vilão nessa história”, disse.
Bolsonaro jogou a culpa no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos governos estaduais. Mas, nesta sexta (27), Zema se defendeu dizendo que os reajustes constantes são da Petrobras, controlada pelo governo Federal.
Zema utilizou 10 pontos para explicar que a 'teoria' do presidente é inválida. “Sobre os combustíveis, vamos deixar algumas coisas claras. 1: Não houve nem haverá aumento de impostos na minha gestão. O ICMS dos combustíveis em Minas é o mesmo desde 2018, quando a gasolina era R$4”, escreveu Zema em sua conta do Twitter.
O governador tirou da sua conta o aumento dos combustíveis. “2: O ICMS do etanol em Minas é o segundo menor do Brasil. Do diesel, é o terceiro menor. A culpa do aumento dos combustíveis não é do ICMS nem do governo do Estado.”
Zema justificou qual o direcionamento que o ICMS recolhido tem em MG.
O chefe do executivo estadual ainda esclareceu que Minas é um estado cheio de dívidas e está trabalhando para regularizar. “7: Minas tem Gestão e Governador. Não sou irresponsável de deixar a conta para o próximo, assim como o governo passado fez, quando aumentou despesas mas não teve dinheiro pra pagar, e hoje estamos tendo que honrar as dívidas deixadas, que são muitas, impedindo espaço para cortes.”
Ele ainda afirmou que com impostos menores e mais investimento, o estado tem tudo possibilidade de aumentar a geração de empregos.
Por fim, Zema culpou o governo Federal por perder tempo com "pautas inválidas", quando deveria focar em algo que favorecesse a redução de impostos.
O aumento nos preços da gasolina nos postos revendedores da Grande Belo Horizonte alcançou 3,07% em apenas 17 dias deste mês, levando o consumidor a pagar até R$ 6,499 pelo litro do combustível, segundo levantamento divulgado pelo site de pesquisas de preços Mercado Mineiro.
Na semana passada, o menor preço do litro da gasolina encontrado em Minas Gerais era de R$ 5,899 em Uberlândia, no Triângulo; e o maior custo nas bombas chegou a R$ 6,759 em Paracatu, no Noroeste do estado. O preço médio foi de R$ 6,185 por litro entre os dias 15 e 21 deste mês.
De acordo com a ANP, a gasolina teve reajuste de 1,5% em média no Brasil, bem abaixo do medido na Grande BH, vendida a R$ 5,956. Mas, o consumidor já paga mais de R$ 7 no litro do combustível em postos do Rio Grande do Sul (R$ 7,18), Rio de Janeiro (R$ 7,05),e Acre (R$ 7,13). Na comparação entre os estados, o preço mais alto, em média, é o dos postos do Rio de Janeiro (R$ 6,485) e o mais baixo foi verificado no Amapá (R$ 5,143).
Quanto ao etanol, o preço médio subiu 2,2%, também abaixo do reajuste da Grande BH, alcançando R$ 4,497. O recorde de Minas é de Bom Despacho, no Centro-Oeste: o litro a espantosos R$ 6,19, mais caro que a média da gasolina na Grande BH. O menor valor é de R$ 4,149 em Montes Claros, no Norte do estado, e novamente Uberlândia.
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