Líder de Bolsonaro na Câmara comanda esquema de roubalheiras que assaltou o Ministério da Saúde’

 Relatório do Coaf apontou que o deputado investigado pela comissão realizou ‘movimentação financeira incompatível com o patrimônio’


 Terça-feira, 31 de agosto de 2021 

O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, nesta terça-feira, 31, que o líder do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), é “o comandante de um dos maiores esquemas de roubalheira que assaltou, entre outros órgãos, o Ministério da Saúde” – por decisão do emedebista, o parlamentar do Centrão foi incluído na lista de investigados pelo colegiado. A declaração foi dada em coletiva de imprensa, concedida antes do início da sessão da comissão. Sem depoimentos, os senadores devem votar requerimentos de informações e convocações

“Ricardo Barros é o comandante de um dos maiores esquemas de roubalheira que assaltou, entre outros órgãos, o Ministério da Saúde. Isso está tudo, evidentemente, compravado agora pelo FIB Bank, pela sua relação com Roberto Ferreira Dias [ex-diretor de Logística da pasta, exonerado após ter sido acusado de pedir propina para a compra de vacinas], pela maneira como roubavam, publicavam a arquitetura do próprio roubo. Isso é uma coisa inédita na própria história da corrupção. O papel desse Ricardo Barros na vida nacional é um papel lamentável. Ele precisa ser exemplarmente punido por tudo isso”, disse Calheiros a jornalistas.

O senador foi questionado sobre uma reportagem do jornal O Globo, publicada nesta terça-feira, 31, segundo a qual o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta, em relatório enviado à CPI da Covid-19, que Ricardo Barros teve “movimentação financeira incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira”. De acordo com o órgão, o líder do governo movimentou R$ 169.849,97 acima da capacidade declarada. No período compreendido entre 1º de março e 31 de março de 2021, as transferências do parlamentar somaram R$ 418 mil, o equivalente a 94% do que o deputado diz ter como patrimônio líquido declarado (R$ 446 mil).


Bolsonaro nomeou a esposa de Barros depois de saber de esquema

Interessante que mesmo depois do deputado Luís Miranda alertar Bolsonaro sobre um eventual esquema de corrupção na compra de vacina contra covid-19, dizendo que "era coisa" do líder do governo na Câmara, o presidente nomeou a esposa do paranaense para o cargo de conselheira de administração de Itaipu. Bolsonaro publicou a nomeação da mulher de Barros no dia 6 de maio no Diário Oficial da União. De acordo com Luis Miranda, a conversa entre ele e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, e o presidente da República ocorreu no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada, residência oficial do chefe do Executivo.

O salário de conselheiro da hidrelétrica é de R$ 27 mil para comparecer a reuniões que acontecem de dois em dois meses. 





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