Governo Bolsonaro repassa R$ 527 mil de dinheiro público para a Sara Nossa Terra

Dinheiro foi usado para pagar campanhas publicitárias, como as do "cuidado precoce contra a Covid-19”, e para emplacar "agenda positiva" do governo


 Quinta-feira, 17 de Junho de 2021 

Documentos enviados à CPI da Covid revelam que o governo federal repassou R$ 527 mil para rádios e emissoras de TV da igreja neopentecostal evangélica Sara Nossa Terra, do bispo e ex-deputado federal Robson Rodovalho.

Rodovalho é considerado um dos principais aliados de Jair Bolsonaro entre os evangélicos. Ele preside atualmente a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab) e trabalhou para garantir o funcionamento de igrejas durante a pandemia da Covid.

Os repasses do governo federal ocorreram por meio da Fundação Sara Nossa Terra, para a veiculação de campanhas publicitárias. Os pagamentos foram feitos entre julho de 2019 e março deste ano.

Na lista de campanhas publicitárias veiculadas nas rádios evangélicas, por exemplo, estão a da “Nova Previdência”, a de lançamento da cédula de R$ 200, a da Semana da Pátria, a do enfrentamento à violência contra a mulher e também uma campanha sobre “cuidado precoce contra a Covid-19”.

O documento, ao qual a reportagem teve acesso, mostra que o governo federal bancou, ainda, uma “agenda positiva” do Executivo no sistema de comunicação da Sara Nossa Terra. Esses gastos somaram R$ 72 mil. A campanha da “agenda positiva” não foi detalhada.

Assim como ocorreram no caso dos cachês dos apresentadores Sikêra Jr. e Luis Ernesto Lacombe, que mostramos mais cedo, o repasse para a Fundação Sara Nossa Terra ocorreu por meio da subcontratação da Artplan, Callia, PPR e CAlia/Y2. As três empresas de comunicação já foram alvo de pedidos de quebras de sigilos bancário e fiscal na CPI da Covid.

A Sara Nossa Terra tem uma estrutura própria de comunicação formada pela TV Gênesis, a rádio Rede Sara Brasil FM e o portal Saraonline, funcionando como uma empresa de negócios.


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