Representante de funerárias aponta colapso e convida Bolsonaro a ser coveiro por um dia
“Não estamos sepultando urnas, estamos sepultando pessoas”
O presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), Lourival Panhozzi, Em entrevista à CNN Brasil, nessa quinta-feira (11), convidou o presidente Jair Bolsonaro a ser coveiro “só por um dia para para ter a real noção do que está acontecendo no Brasil”.
O representante de funerárias ainda afirmou que o Brasil vive à beira de um colapso funerário por causa do descontrole no número de mortes por Covid-19.
“O presidente Bolsonaro disse que não é coveiro, né? Convido a ser coveiro para ficar um dia numa funerária. Só um dia, para acompanhar as famílias que estão perdendo parentes, para ter a real noção do que está acontecendo no Brasil”, disse Lourival. “Não estamos sepultando urnas, estamos sepultando pessoas”, completou.
Panhozzi afirmou que empresas do setor já trabalham com o dobro de óbitos registrados em dias normais e que, em 44 anos de trabalho, nunca tinha visto “uma tristeza tão reprimida, tão grande nas famílias”.
Ontem (sexta 12), o Brasil registrou 2.152 mortes pela Covid-19 e totalizou 275.276 óbitos.
No início do pico da pandemia em sua primeira onda, no final de abril de 2020, um jornalista perguntou a Bolsonaro sobre o número de mortes por coronavírus no país, o presidente afirmou que não é "coveiro".
"Presidente, hoje tivemos mais de 300 mortes. Quantas mortes o senhor acha que...", perguntava o jornalista quando Bolsonaro o interrompeu.
"Ô, cara, quem fala de... Eu não sou coveiro, tá certo?", declarou o presidente.
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