Juiz da Satiagraha diz que Moro não fez nada de errado, e STF tem sido o violador da ética
De Sanctis julgara duas das operações mais barulhentas da PF, que acabaram desfiguradas pelo STF: a Satiagraha e a Castelo de Areia
O ex-ministro Sergio Moro não fez nada de errado como juiz ao trocar mensagens com o procurador Deltan Dallagnol. Isso não compromete em nada as sentenças da Lava Jato, baseadas em provas irrefutáveis.
A opinião é do juiz federal Fausto De Sanctis, que integra o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, desde 2010. “Conversas podem existir desde que não haja desrespeito de parte a parte”, afirma De Sanctis, que não tem perfil no Facebook ou Twitter, por exemplo, por considerar que a sua opinião em rede social pode afetar a sua imparcialidade.
Antes de virar juiz do TRF-3, De Sanctis julgara duas das operações mais barulhentas da Polícia Federal, que acabaram desfiguradas pelo Supremo: a Satiagraha, em torno do banqueiro Daniel Dantas, e a Castelo de Areia, sobre a Camargo Corrêa e uma espécie de miniesboço da Lava Jato.
Em entrevista à Folha, Sanctis, 55, diz que os problemas éticos da Justiça não estão no primeiro grau, no qual os juízes são concursados, mas nos tribunais superiores, nos quais chegam por indicação política. “O Supremo tem sido reconhecido como o primeiro violador da ética judicial. Não se reconhece em muitos ministros a figura de um magistrado, mas de um político".
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