Pastor que batizou Bolsonaro em Israel, completa 6 meses na cadeia
Após o evento, Bolsonaro disse que embora tenha batizado continuava católico, vindo a batizar novamente em 2019 com Edir Macedo
Sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
No próximo dia 28, o Pastor que batizou Bolsonaro nas águas do Rio Jordão em Israel, completará 6 Meses de prisão.
Everaldo Pereira, que a época em que batizou o presidente Bolsonaro, era o presidente nacional do PSC e pastor da Igreja Assembléia de Deus de Madureira. foi preso no dia 28 de agosto de 2020 junto com seus dois filhos, Filipe Pereira e Laércio Pereira, na Operação Tris in Idem, que envolveu outros personagens.
De acordo com documentos usados nas diligências autorizadas pelo ministro Benedito Gonçalves, Everaldo Pereira era líder de um dos grupos que compõem uma "sofisticada organização criminosa" que tem "o objetivo comum de desviar recursos públicos e realizar a lavagem de capitais, dentre outros crimes".
Segundo o documento, Everaldo comandava o segundo braço da organização "como se proprietário fosse de alguns setores da Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro, principalmente sobre as contratações e orçamentos da Cedae, Detran e da pasta da saúde do Estado"
O Pastor foi citado na delação premiada do ex-secretário de saúde, Edmar Santos, por conta da influência dele no Palácio Guanabara. O ex-secretário foi preso por corrupção. Segundo a delação, era o pastor Everaldo quem mandava na saúde.
Um relatório de inteligência financeira revelou que o pastor Everaldo realizou a compra de um imóvel no valor de R$ 2.050.000,00 (dois milhões e cinquenta mil reais), usando valor em espécie para pagar parte do imóvel adquirido. Além disso, detectou que a empresa EDP Corretora de Seguros, que tem o pastor e seus filhos como sócios, “realizou dezenas de depósitos em espécie, em valor fracionado, de modo a dissimular o total da movimentação, em atividade típica de lavagem de capitais”.
História na política
Além de presidente nacional do PSC, o pastor Everaldo também já foi chefe da Casa Civil de Antonhy Garotinho.
Em 2014, foi candidato à Presidência da República sem nunca ter ocupado um cargo político, candidatura que foi citada em delação premiada da . Na época, ele era pastor da igreja Assembléia de Deus do Ministério Madureira. Ele também já foi deputado federal e candidato ao Senado Federal.
O ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Luiz Ayres da Cunha, e o diretor Renato Amaury de Medeiros afirmaram em depoimento à Lava Jato que houve doação não contabilizada no valor de R$ 6 milhões da empreiteira à campanha de Everaldo Dias Pereira, para a eleição presidencial em 2014.
O batismo de Bolsonaro
No dia 12 de maio de 2016, Everaldo Pereira realizou o metafórico batismo do então deputado Federal Jair Bolsonaro em uma cerimônia no leito do rio Jordão, em Israel. As imagens do “batismo” foram compartilhadas pelo pastor em suas redes sociais. A data, muito provavelmente, não foi escolhida ao acaso. Na manhã daquele dia 12, o plenário do Senado Federal autorizou a abertura do processo de impeachment do mandato de Dilma Rousseff (PT) por 55 votos contra 22. Com isso, ela foi afastada do cargo, dando lugar a Michel Temer (MDB). Bolsonaro celebrou o fato nas redes sociais. Seu processo de aproximação com os evangélicos teve na cerimônia conduzida por um pastor-político da Assembleia de Deus de Madureira, em Israel, um de seus momentos simbólicos.
No vídeo, que tem pouco mais de 40 segundos, vê-se Bolsonaro vestindo túnica branca sendo chamado pelo pastor, que é presidente nacional do PSC, para entrar nas águas do rio Jordão. Esse batismo foi fundamental para aproximar Bolsonaro dos evangélicos, inclusive, mesmo batizado, ele disse que não se converteu à igreja de Madureira, o que chamou a atenção, visto que, para se batizar, precisa se converter, o que não houve com ele.
Outro Batismo:
Em setembro de 2019 Bolsonaro voltou as águas para o seu terceiro batismo, desta vez com Edir Macedo, pastor e dono da Igreja Universal do Reino de Deus e da TV Record.
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