Quem diria - Nicolás Maduro socorre o Brasil autorizando envio de oxigênio da Venezuela para Manaus

Parece mentira, mas é verdade. Prova do fundo do poço que o Brasil caminha. Medida foi anunciada por chanceler venezuelano, no Twitter


 Quinta-feira, 14 de janeiro de 2021 

O Chanceler venezuelano, Jorge Arreaza anunciou, pelo Twitter, que a Venezuela vai disponibilizar oxigênio medicinal para Manaus, capital do Amazonas. O município sofre com a falta do insumo nos hospitais para o tratamento de casos graves de Covid-19.

Segundo Arreaza, a medida foi orientada pelo presidente do país, Nicolás Maduro. "Por instruções do Presidente Nicolás Maduro, conversamos com o governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, para disponibilizar imediatamente o oxigênio necessário para atender o contingente de saúde em Manaus. Solidariedade latino-americana acima de tudo!", escreveu.

"O povo do Amazonas agradece!", respondeu Wilson Lima (PSC). 

O material será importado pela multinacional White Martins, uma das principais fornecedoras de oxigênio medicinal para o estado do Amazonas, que identificou estoques do produto no país.


Fornecedora diz que avisou autoridades sobre falta de oxigênio e pediu apoio ao Ministério da Saúde

Segundo empresa, não é possível suprir demanda da capital amazonense, que viu o consumo do produto crescer cinco vezes nos últimos 15 dias

A multinacional White Martins afirma que comunicou o Governo Federal e o governo do estado do Amazonas sobre a dificuldade para a realização do fornecimento de oxigênio medicinal para Manaus. A empresa atua na fabricação de gases industriais e medicinais, conta com uma planta de produção na capital amazonense e é uma das principais fornecedoras da região, que sofre com a falta de oxigênio nos hospitais. O insumo é utilizado no tratamento de casos graves de Covid-19.

 "O crescimento imprevisível e exponencial da demanda no início de 2021 também levou a empresa a comunicar formalmente de forma imediata e transparente às autoridades sobre a alta complexidade do fornecimento de oxigênio medicinal para Manaus, solicitando apoio diante de um cenário extremamente desafiador", descreve comunicado enviado pela White Martins à Cultura. Segundo a empresa, foram realizadas "reuniões periódicas com o Comitê de Crise do Governo do Estado do Amazonas e do Governo Federal" e "solicitação formal de apoio logístico ao Ministério da Saúde".

A White Martins informa que o consumo de oxigênio na cidade aumentou cinco vezes nos últimos 15 dias. "Esse consumo equivale a quase o triplo da capacidade nominal de produção da unidade local da White Martins em Manaus (25 mil m3/dia) e segue crescendo fora de controle e qualquer previsibilidade [...] O consumo individual de boa parte dos hospitais do município já é mais do que o dobro da média de consumo dos maiores hospitais do país", diz o texto.

A empresa afirma ter, em 2020, ampliado "até o limite máximo a capacidade de produção da planta de Manaus" e aumentado a estocagem do produto em forma líquida. Mesmo com as alterações e os esforços emergenciais, como a compra de oxigênio de fornecedores locais, a multinacional aponta que "ainda não é possível suprir toda a demanda de oxigênio crescente e jamais vista na região."

Com a atual situação do estado, a White Martins aponta que está atuando em busca de importar produto vindo da Venezuela. 

Ainda, a empresa pede que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) "autorize a flexibilização temporária, em caráter excepcional, do percentual mínimo de pureza do oxigênio medicinal produzido no estado do Amazonas".


Digoreste News, com Uol

Nenhum comentário