Casos de malária em Mato Grosso crescem mais de 64% neste ano
No Estado, os números da doença saltaram de 575 para 946. Entre 2018 e 2019, esse crescimento foi de 126%
Sábado, 05 de Dezembro de 2020
Na contramão do país, Mato Grosso está entre os três estados brasileiros que tiveram aumento no número total de casos autóctones de malária.
Ou seja, contraíram a infecção em território nacional de janeiro a junho deste ano, se comparado ao mesmo período de 2019.
No Estado, os números da doença saltaram de 575 para 946, o que representa um incremento de 64,5%.
Entre 2018 e o ano passado, esse crescimento foi de 126%, passando de 1.010 para 2.283 infecções autóctones.
A maioria dos casos é de malária “vivax”.
Já as notificações de P. falciparum e malária mista, espécie de plasmódio que causa a forma mais grave da doença, foram contabilizados 338 casos, em 2019 no Estado.
Nos seis primeiros meses deste ano, foram 163 notificações.
Localizado a 1.065 quilômetros ao Norte de Cuiabá, Colniza é um dos municípios considerados prioritários para a doença.
No ano passado, a cidade registrou 1.442 casos autóctones.
Os dados constam no boletim epidemiológico da malária 2020, divulgado na última quinta-feira (3), pelo Ministério da Saúde.
Ainda hoje, a malária é considerada um dos mais sérios problemas mundiais de saúde pública, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais.
No país, é uma doença comum na região amazônica, mas também ocorre na porção extra-amazônica, formada pelos demais estados brasileiros e o Distrito Federal, e não pode ser negligenciada, pois o retardo do diagnóstico e do tratamento pode desencadear a internação e até o óbito do paciente.
Em nível nacional, houve uma redução de 19,1% dos casos de malária em relação ao ano anterior.
Foram 157.454 notificações da doença no período, contra 194.572 em 2018.
Em relação aos casos autóctones, os dados apontam uma queda de 15,1% na comparação do primeiro semestre dos anos de 2019 e 2020, de acordo com dados preliminares.
Em 2019, quando comparado a 2018, houve uma redução de 18,4%, passando de 187.757 para 153.296 casos autóctones do agravo.
De janeiro a junho de 2020, as regiões amazônica e extra-amazônica tiveram redução no número total de casos autóctones, de 15,1% e 71% respectivamente.
Além de Mato Grosso, Rondônia (27,7%) e Roraima (18,8%) também registraram aumento no número de casos de infecções.
Na região extra-amazônica, São Paulo registrou o maior número de casos, com quatro casos autóctones. O Estado também demonstrou uma redução de 60% no primeiro semestre de 2020, em relação ao ano anterior.
Na região amazônica, onde ocorrem 99,9% dos casos de malária, cerca de 80% da doença se concentrou em 41 municípios em 2019, sendo 16 no Amazonas (39%), oito no Pará (19,5%), sete em Roraima (17,1%), quatro no Amapá (9,8%), três no Acre (7,3%), dois em Rondônia (4,9%) e um em Mato Grosso (2,4%).
No Brasil, o principal vetor da malária é o mosquito Anopheles darlingi infectado por Plasmodium, um tipo de protozoário.
Os mosquitos desta espécie são geralmente encontrados durante o período noturno, porém, ao amanhecer e ao entardecer, aumentam o risco de transmissão da doença.
Apenas as fêmeas infectadas do mosquito transmitem a malária por meio de picadas.
CASOS IMPORTADOS - Em relação aos casos importados, o Brasil registrou 4.117 infecções, em 2019, o que equivale a 2,6% dos casos notificados no Brasil.
Os casos foram provenientes da Venezuela, Guiana Inglesa, Guiana Francesa, Bolívia e Peru.
A maior ocorrência é de Plasmodium vivax (79,3%).
Em 2020, de janeiro a junho, foram registrados 1.049 casos importados de outros países no Brasil – o equivalente a 1,5% do total de casos notificados -, com maior ocorrência nos estados de Roraima e Amazonas com 60,7% e 14,3%, respectivamente.
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