Dinheiro na Bunda - : o que você [ainda] não sabe sobre o caso

 Rodrigues emprega em seu gabinete o assessor parlamentar Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro



Acompanhamos de perto o novo escândalo de corrupção no alto escalão do Poder Público sobre o flagrante de dinheiro escondido entre as nádegas do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), durante operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal em Boa Vista (RR), na quarta-feira (14). 

O senador já foi afastado do cargo pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Autorizada por Barroso, a operação Desvid-19 apura desvios de recursos de emendas parlamentares para ações de combate à Covid-19. A PF explicou como suspeitou do dinheiro na cueca do senador, onde havia quase R$ 30 mil.  Mas o “currículo” do senador tem outras suspeitas. E aqui entra o trabalho do jornalismo investigativo. 

Ao tomar conhecimento da denúncia contra o senador, passamos a investigar o passado e o presente de Chico Rodrigues. 


OS GASTOS DO SENADOR

A redação levantou os gastos do senador com verba pública em 2020, e descobriu que o parlamentar usou recursos públicos da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (o popular “Cotão”) para “fazer supermercado”; confira a lista de compras e as notas apresentadas por Chico Rodrigues, que incluem palito de dente, papel higiênico, rosca de coco, manteiga, café, ketchup e açúcar. 

Supostamente, esse material foi destinado à base parlamentar de Rodrigues em Roraima, onde o senador mantém residência. Além disso, segundo a PF, Chico atuou para fraudar licitações públicas, detalhes que colaboraram para o afastamento do senador do cargo.


AMIZADE COM BOLSONARO

Em outra linha de frente, “revirando o passado” do senador. O parlamentar é um velho conhecido do presidente Jair Bolsonaro, a quem o chefe do Executivo já se referiu como “quase uma união estável”.

O novo escândalo aconteceu no mesmo dia em que Bolsonaro disse que daria uma “voadora no pescoço” de membros do governo que se envolverem em corrupção. Até então, Chico Rodrigues era vice-líder do governo no Senado, e foi imediatamente removido pelo presidente da função. 

O próprio Palácio do Planalto tratou o caso como um incidente menor e não um "incêndio político" com potencial de chamuscar o presidente.


QUEM O SENADOR EMPREGA

Rodrigues emprega em seu gabinete o assessor parlamentar Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro. Léo Índio diz que pediu exoneração por “vontade própria”, após saber da situação envolvendo seu chefe. 


ACUSAÇÃO

O histórico de Rodrigues também tem alta rotatividade em partidos e uma acusação de improbidade administrativa pelo Ministério Público por irregularidades identificadas na emissão de títulos de propriedades rurais, em 2014. 


O QUE DIZ O SENADOR

Em nota oficial, Chico Rodrigues afirmou que é inocente e, por isso, afastou-se do cargo de vice-líder do governo para dedicar-se à sua defesa. "Vou cuidar da minha defesa, e provar minha inocência. Volto a dizer, ao longo dos meus 30 anos de vida pública, tenho dedicado minha vida ao povo de Roraima e do Brasil, e seguirei firme rumo ao desenvolvimento da minha nação."


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