Contradizendo médicos, fonte diz que estado de Trump é 'muito preocupante'
Tomando Remdesivir, desde o início da pandemia, Trump diz que é só uma gripe e manifesta-se contra o uso de máscaras
Sábado, 03 de Outubro de 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não está em um caminho claro de recuperação da covid-19 e alguns de seus sinais vitais nas últimas 24 horas foram "muito preocupantes", disse uma pessoa a par da situação a repórteres neste sábado.
A informação foi divulgada neste sábado pelas agências Reuters, AFP e Associated Press e pela emissora de televisão CNN. Segundo a fonte, as próximas 48 horas serão críticas. Nesta tarde, porém, Trump voltou a publicar mensagem nas redes sociais dizendo que estava bem.
"Os sinais vitais do presidente nas últimas 24 horas foram muito preocupantes, e as próximas 48 horas serão críticas em termos de seu atendimento. Nós ainda não estamos em um caminho claro para uma recuperação completa", disse a fonte.
A declaração contradiz o quadro mais otimista apresentado pela equipe médica de Trump, que informou em entrevista coletiva à imprensa que ele está respirando sem o auxílio de aparelhos e melhorando.
Trump foi diagnosticado com a doença em meio à campanha eleitoral, na qual o republicano disputa a reeleição contra o democrata Joe Biden. A eleição será em 3 de novembro.
Segundo o jornal The New York Times, após a coletiva, duas fontes disseram que Trump teve problemas para respirar na sexta-feira e que seu nível de oxigênio caiu, o que levou seus médicos a darem a ele oxigênio suplementar enquanto estava na Casa Branca e decidirem transferi-lo para o hospital militar Walter Reed, nos arredores de Washington, para onde ele foi ontem.
O New York Times, ainda citando fontes, diz que Trump está sofrendo de tosse, congestão, fadiga e febre, e que alguns dos sintomas pioraram no decorrer da sexta-feira, incluindo a queda no nível de oxigênio, o que alarmou o presidente. Isso fez com que houvesse a opção pela transferência da Casa Branca para o Walter Reed.
Um dos motivos para a ida ao hospital na sexta, de acordo com um funcionário do governo, era que seria melhor para o presidente ir embora enquanto ainda pode caminhar por conta própria até o helicóptero. No hospital, Trump também pode ser monitorado com equipamentos melhores e tratado mais rapidamente em caso de problemas.
Uma das fontes das agências e do jornal disse que os médicos fizeram um esforço agressivo para tratar Trump e que ele não estava fora de perigo.
No Twitter, hoje à tarde, Trump chamou a covid-19 de "praga" e disse que, com ajuda dos profissionais do hospital, está se "sentido bem". "Médicos, enfermeiras e todos do grande Walter Reed, e outros de instituições igualmente incríveis que se juntaram a eles, são extraordinários!!! Um progresso tremendo foi feito nos últimos seis meses no combate a esta praga".
Médico diz que Trump quer deixar hospital
Na coletiva, Sean Conley, médico pessoal de Trump, disse que o presidente não tem dificuldades para caminhar ou respirar, e que chegou a pedir para deixar o hospital ainda hoje. Aos 74 anos e com sobrepeso, o presidente é do grupo de risco para a doença. No entanto, médicos afirmaram que ele apresentou bons resultados de pressão sanguínea e que a situação de Trump não é preocupante.
Os médicos confirmaram que Trump chegou a ter febre antes de sexta-feira, mas não quiseram informar qual foi a temperatura registrada. Donald Trump também teve tosse e sentiu cansaço, porém já estaria melhor.
Segundo a equipe médica, o presidente está tomando o antiviral Remdesivir. Ele completará um curso de tratamento de cinco dias.
Apesar de registrar melhora, os médicos preferem manter o presidente sob observação. Eles não responderam qual o resultado dos últimos testes de coronavírus realizados em Trump. Desde o início da pandemia, Trump tem minimizado a covid-19, dizendo que era só uma gripe e que, "um dia, como um milagre" o surto iria desaparecer. O presidente americano também tem feito manifestações contra o uso de máscaras. Ele chegou a ironizar Biden sobre o uso do item durante o primeiro debate entre os dois, na última terça-feira (29).
(Com AFP e Reuters)
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