Bolsonaro diz que acabou com a Lava Jato por não ter corrupção no governo, sem citar a família
Presidente tem sido criticado, inclusive por ex-aliados, por tomar decisões que contrariam os defensores da operação
Quarta-feira, 07 de Outubro de 2020
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (7) que a Lava Jato acabou "porque não tem mais corrupção no governo", mas, não cita a família, onde ele, os filhos e a esposa são denunciados por prática de corrupção no escândalo das rachadinha.
"Eu desconheço lobby para criar dificuldade e vender facilidade, não existe. É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer a essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação", declarou o presidente, durante cerimônia de lançamento de medidas de desburocratização do setor aéreo.
"Essa imprensa que é muito importante para todos nós e que nós queremos a sua liberdade. Me acusam muitas vezes de ser autoritário, eu nunca propus o controle social da mídia, eu nunca propus projeto para combater fake news, se bem que eu sou quem mais sofre com fake news", acrescentou.
Bolsonaro tem sido criticado, inclusive por ex-aliados, por tomar decisões que contrariam os defensores do conjunto de operações e investigações iniciadas em 2014. Entre elas, a nomeação de Kassio Nunes para o STF (Supremo Tribunal Federal), um juiz tido como garantista.
O núcleo garantista no Supremo costuma impor derrotas à Lava Jato.
Além do mais, Bolsonaro adotou nos últimos meses um tom mais pragmático e tem priorizado uma boa relação tanto com o Judiciário quanto com o Congresso Nacional, em contraposição ao discurso crítico da chamada velha política que marcou sua campanha eleitoral.
Em seu discurso nesta quarta, Bolsonaro se referiu novamente às críticas que têm recebido por suas indicações, sem fazer referência direta à escolha do novo ministro do STF.
"Nós fazemos um governo de peito aberto. E quando indico qualquer pessoa para qualquer local eu sei que é uma pessoa boa tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe em grande parte da mídia", concluiu.
Por fim, ele também não mencionou o fato do seu indicado ter praticado falsificação de um Diploma de uma Universidade Espanhola.
No documento que enviou ao Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), e publicado no site da Corte, Marques menciona que concluiu pós-graduação em “Contratación Pública”, pela Universidad de La Coruña. A instituição, porém, ao ser questionada pela reportagem, informou que não oferece nenhuma pós-graduação deste curso. “Informamos que a Universidade de La Coruña não ministrou nenhum curso de pós-graduação com o nome de Postgrado en Contratación Pública”, declarou a universidade
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