Tudo Junto - PT e PSDB de São Paulo aprovam homenagem a Michelle

Vereadores de SP alegam que não viram sobrenome do presidente no pedido de homenagem


 Domingo, 20 de Setembro de 2020 

Vereadores das bancadas do PT, do PSDB e de outros seis partidos assinaram um projeto de decreto legislativo da Câmara Municipal de São Paulo que concede o título de “Cidadã Paulistana” à primeira-dama Michelle Bolsonaro. O texto foi apresentado ao Legislativo paulistano na última terça-feira (15) e já tem apoio de 32 dos 55 parlamentares da cidade.

O projeto é de autoria do vereador Rinaldo Digilio (PSL), que justificou a concessão da homenagem com citações de discursos feitos por Michelle sobre a conscientização para doenças raras e por sua atuação voltada à população portadora de deficiências ou com autismo.

A homenagem é feita em uma sessão solene na Câmara com a presença do homenageado. Para a homenagem ser concedida, são necessárias 37 assinaturas. Depois, o texto é aprovado em votação simbólica em uma sessão plenária da Câmara.

A gafe ficou por conta da bancada do PT. O vereador Reis afirmou não saber que havia assinado a concessão da homenagem à primeira-dama. Porém, há quem ache que os parlamentares querem mesmo é o voto de quem quer que seja no próximo dia 15 de novembro. 

– O nome, no sistema de votação, não tinha ‘Bolsonaro’. Por isso, assinei. Para a Michelle Bolsonaro, não dá. Já conversei com os vereadores da bancada e fomos surpreendidos. Vamos pedir para retirar as assinaturas – disse o petista.

No sistema dos processos da Câmara, o documento do projeto de decreto legislativo está nomeado “Michelle de Paula” (parte do nome completo da primeira-dama), embora a ementa do texto traga o nome completo, com o sobrenome do marido.

A reportagem tenta contato com vereadores do PSDB para perguntar sobre os motivos do apoio à homenagem à primeira-dama. Assim como o PT, o PSDB paulista fez oposição ao governo Bolsonaro, especialmente o governador João Doria, com quem o presidente já teve uma série de atritos.

Apesar do forte clima de polarização política que marcou o ano de 2019 na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), PT, PSDB e PSL têm uma lista de projetos apresentados em conjunto no ano passado. Muitos discursos que vão a público, são para cegos verem e boi berrar. 


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