Pesquisa concluída hoje (25) mostra queda acentuada na aprovação de Bolsonaro
O Instituto Ideia, um dos mais conceituados do país, realizou a pesquisa entre 21 e 24 de setembro
Depois de uma alta de popularidade nas últimas semanas, a desaprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro voltou a subir. Agora, 42% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com os rumos da gestão federal e apenas 35% aprovam o governo. É o nível mais baixo de aprovação desde o pico da pandemia, em março e abril, período que coincidiu com a saída dos ex-ministros Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta.
É o que mostram os novos resultados da última pesquisa exclusiva de EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.
No início deste mês, a popularidade do presidente atingiu o maior nível desde fevereiro, chegando a 40%, de acordo com os dados do levantamento anterior de EXAME/IDEIA.
A aprovação ao governo vinha crescendo desde meados de agosto, quando os efeitos positivos do auxílio emergencial de 600 reais ainda eram sentidos por boa parte da população. “Já havia, no entanto, uma indicação de alta do viés negativo em relação ao presidente em função do aumento de preços, o que se confirmou nesta última pesquisa”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA.
O levantamento foi realizado com 1.200 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 21 e 24 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
A desaprovação ao governo é maior entre a população mais vulnerável, que mais sofre os efeitos da crise econômica causada pela pandemia e da inflação.
No grupo dos mais decepcionados com o presidente estão aqueles que não conseguiram completar o ensino fundamental (41%) e ganham até um salário mínimo (54%). Já entre os brasileiros que seguem apoiando o governo, a maioria é formada por pessoas com renda superior a cinco salários mínimos (49%), com diploma universitário (40%) e é moradora da região centro-oeste (42%).
“O aumento do custo de produtos básicos, como o arroz, e o sentimento de que os preços não vão baixar, jogam contra o governo do presidente Jair Bolsonaro”, diz Moura. “O fim do auxílio emergencial de 600 reais é outro fator que ajuda a entender os resultados da pesquisa”.
A pesquisa EXAME/IDEIA também revela que hoje 34% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom. Outros 26% avaliam a gestão do presidente como regular e 39% classificam sua administração como ruim ou péssima.
As percepções mudam de acordo com a região do país e o gênero do entrevistado. Um terço das mulheres avalia o governo como péssimo, enquanto 17% dos homens vão na direção contrária, considerando a gestão do presidente como ótima.
Para 32% dos moradores da região norte, o governo é apenas regular. No Sul, 29% das pessoas consideram a gestão de Bolsonaro como boa. Entre aqueles que avaliam o governo como ruim, um terço mora no Norte ou Nordeste.
A luz amarela já tinha acendido na pesquisa anterior, do dia 10 de setembro, quando havia aumentado o número de brasileiros (30%) que avaliam o governo como regular.
“Boa parte da população estava em compasso de espera”, diz Moura. “Uma das principais questões girava ao redor da inflação de itens essenciais, como os alimentos, e do programa de auxílio emergencial. A manutenção do aumento de preços exerceu um impacto importante na avaliação do presidente, já que trata-se de algo pesa diretamente no bolso das famílias”.
Resta saber qual das duas pesquisas está demonstrando a verdade. Nesse mesmo período o instituto Ibope, divulgou uma pesquisa com percentuais de aprovação do presidente Bolsonaro diferentes desses. Com relação a disparidade nos preços de géneros alimentícios, principalmente carnes, arroz e nos preços materiais de construção, não precisa pesquisas, os consumidores estão sentido no bolso. O governo fecha os olhos para problema e não toma nenhuma providência. Todos percebem que esse aumento é abusivo e não tem justificativa. Dessa vez não houve aumento tão significativos nos preços dos combustíveis, que normalmente é o item mencionado pelos comerciantes, para justificarem os reajustes nos preços de seus produtos. Algo precisa ser feito, se o governos espera que os comerciantes vão baixar seus preços por livre e espontânea vontade, nunca vai acontecer.
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