Após encher o Rolls-Royce de crianças, Bolsonaro almoça descontraído com Toffoli.
Após desfile, presidente almoçou com ministro (novo amigo) que se despede da presidência da Corte quinta-feira
O presidente Jair Bolsonaro chegou em um automóvel conversível Rolls-Royce para a cerimônia do Dia da Independência no Palácio da Alvorada, na manhã de segunda-feira (7). No automóvel, Bolsonaro surgiu acompanhado de um grupo de cerca de dez crianças e cumprimentou apoiadores. Em formato enxuto, o evento ocorreu em frente ao Palácio da Alvorada
Entre os participantes, estava o ministro da Economia, Paulo Guedes, que enfrenta desgaste no governo.
As reclamações que se estendem pela Esplanada e reverberam no Palácio do Planalto são de que o ministro da Economia e seus secretários tentam impor uma agenda sem considerar os cálculos políticos do próprio presidente, que já desenha a sua estratégia para o projeto da reeleição, em 2022.
Também estiveram no local os ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência), Fábio Faria (Comunicações) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), além do secretário especial de Cultura, Mário Frias. O deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ) também passou pelo local.
Segundo um dos presentes, o encontro foi “descontraído”, “sem formalidades e com respeito e harmonia”. Um dos ministros presentes relatou que o almoço foi um “bate-papo de amigos”, sem espaço para assuntos de trabalho, mas com “muitas piadas”.
A recepção de Rocha foi elogiada pelos convidados. No Instagram, o ministro Fábio Faria mostrou o cardápio. “Tá aqui o carreteiro. Olha essa costela, velho. Olha a porqueta”, disse.
O almoço do almirante, no entanto, não teve a oportunidade de apaziguar a relação mais difícil do governo no momento. Desafeto de Guedes por divergências sobre o teto de gastos, o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, estava em São Paulo.
De acordo com um integrante do governo, Toffoli não fez menção sobre sua saída da presidência do STF. Na próxima quinta-feira, dia 10, ele passa o bastão para Luiz Fux. Ao comentar na última sexta-feira a relação com o Palácio do Planalto, o presidente do Supremo disse que o diálogo com Bolsonaro sempre foi “franco e respeitoso”.
Nos últimos meses, Bolsonaro fez uma série de ataques ao Supremo, responsabilizando a Corte pelas consequências da pandemia no quadro econômico, no entanto, Toffoli assumiu que na verdade, o relacionamento entre eles foi pra lá de amigável.
“Todo relacionamento que tive com o presidente Jair Bolsonaro e com seus ministros, nunca vi da parte dele nenhuma atitude deles contra a democracia. Tive um diálogo com ele intenso no sentido de manter a independência entre os Poderes e fazer ele compreender que cabe ao Supremo declarar inconstitucionais determinadas normas, porque essa é nossa função e a dele é respeitar e ele respeitou ao fim e ao cabo”, comentou Toffoli, em coletiva de imprensa para fazer um balanço de sua gestão.
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