Vacina contra Covid-19 terá metade das doses para países em desenvolvimento

AstraZeneca anuncia acordo milionário com maior fabricante mundial de vacinas e entidades globais apoiadas por Bill Gates; 

Farmacêutica prevê produzir 2 bilhões 

de doses ainda neste ano

A farmacêutica AstraZeneca anunciou nesta quinta-feira (4) que fechou um acordo com de licenciamento com o Instituto Soro da Índia (SII), o maior fabricante de vacinas em larga escala do mundo, para a produção de 1 bilhão de doses da primeira potencial vacina contra a Covid-19 para países em desenvolvimento, sendo 400 milhões dessas doses sendo distribuídas antes do fim de 2020.

O imunizante da AstraZeneca está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, e está na Fase 3, a última antes da autorização para produção em larga escala.

Ontem, foi confirmada a participação do Brasil nos testes finais em humanos da possível primeira vacina contra o novo coronavírus. Ao todo, 2.000 voluntários no Rio e São Paulo irão participar dos testes ainda neste mês. A expectativa é que a vacina seja aprovada e licenciada para produção até o fim de outubro.

Acordo bilionário

Além da parceria com o SII, a AstraZeneca também fechou um acordo com valor de US$ 750 milhões (cerca de R$ 3,8 bilhões) com outras duas organizações globais líderes em fabricação, distribuição e desenvolvimento de vacinas, ambas apoiadas pela Fundação Bill & Melinda Gates, co-presidida pelo bilionário e ex-CEO da Microsoft Bill Gates. O intuito é produzir outras 300 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 com entrega prevista para o fim deste ano.

"A companhia está construindo uma série de cadeias de suprimentos em paralelo em todo o mundo para apoiar o acesso global sem lucro durante a pandemia e até agora garantiu capacidade de fabricação para dois bilhões de doses da vacina em potencial", disse o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot.

Recentemente, a empresa farmacêutica havia concordado em fornecer 400 milhões de doses para os EUA e Reino Unido, depois de chegar a um contrato de licença com a Universidade de Oxford para a sua potencial vacina.