Trabalhadores da educação desempregados protestam em frente ao Paiaguás
EDUCAÇÃO
Considerando o isolamento social, em virtude da pandemia, apenas alguns trabalhadores da educação de Cuiabá e Várzea Grande participaram de um protesto em frente ao Palácio Paiaguás, na tarde desta quarta-feira (20.05). Com gritos de “ajuda aos funcionários funcionárias, ajuda aos professores e professoras”, buscavam sensibilizar o governo para a situação de penúria que atravessam os interinos da educação, desempregados há quase cinco meses.
A mobilização, organizada pelas subsedes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), de Cuiabá e Várzea Grande cobrou do governo Mauro Mendes, medidas efetivas que auxiliem os trabalhadores da educação que estão desassistidos e passam por dificuldades, até mesmo para comer.
O sindicato realiza campanha estadual com doação de cestas básicas para amenizar o quadro de calamidade que vivem muitas das famílias de educadores, contudo a ação é paliativa, diante do cenário. Uma realidade, que conforme os dirigentes sindicais, foi provocada pela opção administrativa do governo em adiar os contratos dos interinos na rede estadual, enquanto as aulas estiverem suspensas.
Descaso
A professora desempregada *M. C, afirma estar complicado se manter por mais tempo. Ela e o marido, também professor, estão se mantendo com “bicos’, vendendo produtos de catálogos, fazendo uber, se expondo ao risco de contágio, para se manterem enquanto o governo não adota uma posição, que consideram “humana”. “Estamos desesperados por que uma hora acaba, não tenho criança pequena em casa, mas me solidarizo com os colegas que têm família e estão passando necessidades”, disse.
O professor da área de humanas,*F.D.P.F, atua como contratado na rede estadual há 15 anos, relatou que essa é a primeira vez que enfrenta uma situação como atual. “Estamos vivenciando uma calamidade. Não ter o que colocar na mesa para nossas famílias, é uma situação desesperadora”, destacou.
O manifesto apontou que a situação vivenciada pelos educadores poderia ter sido evitada, lá atrás, se o governo tivesse efetivado os contratos. Porém, o governo tem ignorado as propostas apresentadas quer seja o Projeto de Lei 365/2020, original, que viabiliza antecipação dos contratos; ou o substitutivo apresentado, que propõe uma assistência de R$ 1,1 mil, para professores. “Falta vontade política para resolver a situação, junto com os demais poderes”, destaca o dirigente do Sintep/MT, Gilmar Soares.
“O governo poderia ter efetivado os contratos ou garantido ajuda emergencial. Contudo, optou pela artilharia contra os trabalhadores da educação. O vinculo sem aulas é uma situação recorrente durante o período de greve, pois os profissionais cumprem com o dever assim que retomam as atividades” alertou Valdeir Pereira.
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