Covid-19 - Idosa com comorbidades em Cuiabá recebe alta e emociona
“Vamos manter o isolamento social, vamos cuidar das nossas famílias”, isso não é uma gripezinha
Toda vitória contra o Covid-19 deve ser comemorada. Mas o caso de Suzana Maria da Glória, 63, é especial. Depois de 21 dias hospitalizada entre UTI e apartamento, recebeu alta nesta quarta-feira (27) e emocionou não apenas sua família, mas os médicos, colaboradores e todo corpo de enfermagem do Complexo Hospitalar Cuiabá, onde estava internada.
O que fez o caso de Suzana ser tão especial foi o fato de ela ter uma longa história de superação. Além de ser idosa, hipertensa e diabética, também é portadora de doença pulmonar e cardíaca. E, antes de testar positivo para o novo coronavírus, fez três tratamentos contra câncer. “Estou recebendo alta, mas ainda tenho minhas deficiências devido ao Covid. Então ainda preciso ficar em isolamento umas duas semanas para depois estar no convívio da família, mas com responsabilidade”, comemorou.
“Eu sou muito grata por ter vencido essa doença porque não é fácil, é muito difícil para você respirar, isso não é uma gripezinha. Então peço às pessoas para que se cuidem e se isolem porque não existe remédio”, recomendou.
Apesar de se reconhecer vitoriosa, Suzana não deixa de agradecer ao tratamento que recebeu no hospital. “É todo um trabalho da equipe, com dedicação, para ver o que era melhor para mim. E por isso eu me sinto vencedora através deles também. Eu não esperava ser tão bem tratada, tão bem cuidada. Eu quero deixar meu agradecimento ao doutor Élber, doutor Diogo, às enfermeiras, o apoio dos meus filhos”.
Como pertencia ao grupo de risco, ela estava em isolamento social. Nem ela ou seus filhos entendem como a contaminação se deu, mas acreditam que pode ter sido na única vez em que Suzana foi a um supermercado.
“Nós acompanhamos a dona Suzana com um quadro grave de Covid-19 por ela ser diabética, hipertensa, ter tratamento de neoplasia. Várias comorbidades para complicar mais ainda e ela chegou num ponto que comprometeu 75% do pulmão”, explicou o pneumologista e clínico geral, Elber Rocha. Com esse quadro, ela precisou ser internada na UTI para reverter o quadro de saúde até que testou negativo em novo exame realizado após sua melhora.
“Ela está curada disso, vai embora para casa depois dessa guerra toda
com muitas restrições de contato, mas é uma vitória muito
grande por todos esses antecedentes”, avaliou.
O médico reconhece que a cura da paciente foi uma exceção e que a população não deve descuidar da prevenção, pois afirma não existir um tratamento específico que funcione em todos os casos e não há vacina para a doença. “Se a pessoa apresentar sintomas como canseira, tosse, febre, mal-estar, procure um médico, não fique em casa aguardando. Porque se for algo mais simples o médico pode te orientar bem e você pode voltar para casa mais tranquilo. Se for algo mais grave, será atendido em qualquer hospital e tem profissionais gabaritados em todo o Brasil para fazer isso”, finalizou.
“Respeite a ciência, os médicos sabem. É o isolamento que funciona. Os médicos fazem o possível e o impossível para cuidar da gente. Vamos manter o isolamento social, vamos cuidar da nossa família” pediu Suzana, assim que teve alta médica, emocionada.
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