Emanuel em apuros - TJ determina a retomada da CPI do Paletó

Liminar derrubada - A decisão, da última sexta-feira (10), revoga uma determinação de outubro do ano passado


A desembargadora Helena Maria Bezerra Ramos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, determinou a retomada dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que investiga eventual quebra de decoro do prefeito de Cuiabá-MT, Emanuel Pinheiro (MDB).

A comissão foi formada com base no vídeo em que o prefeito aparece recebendo maços de dinheiro, supostamente de propina, no Palácio Paiaguás.

A decisão, da última sexta-feira (10), revoga uma determinação de outubro do ano passado, que suspendeu as investigações da CPI. 

A “briga judicial” teve início em março de 2018, em razão de divergências a respeito da composição da comissão.

O processo se trata em mandado judicial impetrado pelo vereador Diego Guimarães (PP), que conseguiu, judicialmente, a retomada dos trabalhos da comissão em outubro passado.

No entanto, dias depois, o presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PSB), entrou com recurso e conseguiu, por meio de liminar, “travar” os trabalhos da comissão.


Mandado de segurança

O vereador argumentou que manter a suspensão dos trabalhos da CPI poderá resultar em dano grave à legislatura, que chega ao fim este ano, pois haverá perda do objeto da investigação.

“Diante disso, vislumbro que a insurgência do Agravante quanto às irregularidades apontadas no procedimento da "CPIdo Paletó" é verossímel, além de realmente haver um enorme risco de seu direito ser tolhido caso seu mandato eletivo expire sem que a situação aqui apresentada tenha sido definitivamente solucionada”, disse a magistrada.

Na decisão que foi derrubada, a magistrada havia ponderado que a continuidade da investigação pode acarretar “dano irreparável”, tendo em vista que, caso haja uma decisão barrando a CPI em definitivo, eventuais atos já praticados não poderiam ser desfeitos.

“Tendo em vista que a situação abarca a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo Municipais e que a execução imediata da sentença pode trazer risco de dano grave ou de difícil reparação, restou demonstrado que a concessão do efeito suspensivo ao Apelo é medida que se impõe”.


Mensalinho 

Conforme o ex-governador Silval Barbosa, os valores entregues ao então deputado - e vários outros - seriam uma espécie de "mensalinho" em troca de apoio ao Executivo.

Após a decisão recente determinando a retomada da CPI, foram nomeados os vereadores de situação Toninho de Souza (PSDB) e Sargento Joelson (PSC) como relator e membro da comissão, respectivamente. 

A presidência seguiu com o vereador oposicionista Marcelo Bussiki (PSB).




Digoreste News/Mídia News

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