Tarifa da Energisa aumentou e atendimento piorou, diz Sindicato
No próximo dia 15, a AL debaterá problemas relacionados ao setor em audiência pública convocada pelo Presidente, deputado Botelho
A qualidade dos mal serviços prestados pela concessionária de energia elétrica "Energisa" e a cobrança de valores absurdos nas contas dos consumidores Mato-grossenses, foram criticadas em uma nota pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Mato Grosso (STIU/MT) emitida à imprensa.
O presidente da ALMT irá realizar Uma audiência pública será realizada no próximo dia 15 pela Assembléia Legislativa do Estado, convocada pelo Presidente, deputado Eduardo Botelho (DEM), onde será debatido temas como, a redução do número de funcionários em contraposição aos aumentos praticados acima da inflação, entre outros.
Confira a nota do sindicato:
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Mato Grosso vem a público manifestar o apoio à Audiência Pública, que será realizada no dia 15 de outubro, na Assembleia Legislativa, com o objetivo de debater a qualidade dos serviços prestados pela concessionária de serviços públicos, Energisa MT.
É fundamental a melhoria na qualidade dos serviços prestados, com a cobrança de preços justos, pois muitas vezes os trabalhadores têm sofrido violência física e moral, como se fossem eles os responsáveis pela precarização dos serviços e a prática de preços muito acima da inflação.
No dia 3 de outubro de 2019, o STIU/MT protocolou na Energisa MT a carta STIU/PR/152/2019 (ver a íntegra em stiumt.org.br) questionando a precarização da qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica, causadas pela redução da Força de Trabalho e devido as práticas da administração da Empresa, enquanto que a conta de energia elétrica, entre os anos de 2014 a 2019, sofreu reajuste de 65,76% e a inflação foi de 29,59%, portanto, 36,17% acima da inflação.
Cabe registrar que, no ano de 2014, o Lucro Líquido da Energisa MT foi de R$104,7 milhões e no ano de 2018, aumentou para R$ 426,9 milhões. Desde 2014, ano em que a Energisa chegou em Mato Grosso, até o ano de 2018, o seu Lucro Líquido foi de R$ 712,8 milhões.
No documento o Sindicato destaca dados dos Balanços Patrimoniais da Empresa, demonstrando que, no período de 2014 (ano que a Energisa chegou em Mato Grosso) a 2018, o número de trabalhadores próprios e terceirizados diminuiu de 3.800 para 3.218, ou seja, 582 trabalhadores a menos.
Os dados dos Balanços apontam, que nesse mesmo período, o Sistema Elétrico de Mato Grosso cresceu muito. A rede de distribuição de energia elétrica que era 114.616 km passou para 184.847 km, aumentando 70.231 km.
O mercado de venda de energia elétrica, que era, em 2014, 7.941 GW aumentou para 8.745,5 GW, em 2018, assim sendo, 804,5 GW de consumo de energia elétrica a mais. Já o número de clientes aumentou, nesse mesmo período, de 1.269.581 para 1.403.565, representando 133.984 consumidores a mais.
Diante do crescimento do setor, o número de trabalhadores que era de 3.800 em 2014, deveria ter aumentado para 6.129 trabalhadores, ao invés da redução ocorrida para 3.218.
O Sindicato cobrou da Energisa MT que, a redução na Força de Trabalho provocou a retirada de equipes de eletricistas, deixando dezenas de municípios sem atendimento emergencial, de forma que, quando acaba a energia elétrica no período vespertino, o restabelecimento ocorre somente no dia seguinte.
Citamos alguns exemplos de municípios que foram prejudicados com a retirada de equipes, entre eles: Cuiabá, Várzea Grande, União do Norte, Santa Helena, Novo Mundo, Guarantã do Norte, Itaúba, Nova Canaã, Nova Guarita, Peixoto de Azevedo, São José dos 4 Marcos, Araputanga, Rio Branco, Porto Esperidião, Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade, Jauru, Nova Lacerda, Santa Cruz do Xingu, São José do Xingu, Porto Alegre do Norte, Planalto da Serra, Nobres, Conquista do Oeste, Rondolândia, Comodoro, Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Itiquira, Guiratinga, Alto Taquari, etc.
O Sindicato reitera denúncia, feita ao presidente da Energisa MT, desde janeiro de 2018, que diariamente ordens de serviços são baixadas sem o devido atendimento, com o objetivo de maquiar os indicadores regulados pela Aneel, sem que nenhuma providência tenha sido tomada.
Na carta, o STIU/MT cobra que, a redução do número de trabalhadores e fechamento das agências comerciais tem provocado grande aglomeração e tumulto na Agência Comercial Barão de Melgaço e outras agências. Os clientes ficam em pé nas filas por longo tempo, e, somente depois disto recebem a senha de atendimento. Este procedimento burla as normas da Aneel, que regulamentam o atendimento aos clientes, os quais devem receber as senhas assim que chegam nas agências comerciais.
Outro ponto que o Sindicato cobra é o favorecimento da Energisa Soluções, empresa terceirizada pertencente aos diretores da Energisa MT, cujos serviços são de má qualidade e os preços são acima do praticado no mercado (leia carta STIU/PR/152/2019 em stiumt.org.br).
Por fim, no documento encaminhado para a Energisa MT, o Sindicato cobra a melhoria dos serviços prestados à população, destacando que os aumentos nas tarifas não podem ser superiores à inflação."
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