Reitora permite corte de energia, mas gasta R$ 1,3 milhão com viagens

Entre as viagens da Reitora que criticou contingenciamento, inclui-se Genebra, na Suíça, Lima, no Peru e Washington-EUA


"O orçamento da UFMT previsto para este ano é de R$ 1 bilhão e 27 milhões. Maior que o da cidade de Várzea Grande, com 250 mil habitantes. A prefeitura tem orçamento previsto para 2020 de R$ 928 milhões." 

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) gastou mais de R$ 1,2 milhão com viagens nacionais, internacionais e pagamentos de diárias aos servidores em 2019. A façanha aconteceu,  mesmo tendo a instituição enfrentado uma crise financeira anunciada em maio deste ano por conta do contingenciamento financeiro do Governo Federal,

Do valor total, 55,17% foi gasto com pagamento de diárias. Essa porcentagem representa a quantia de R$ 658.248,49. Outros 44,60% foram gastos com viagens. Ou seja, R$ 532.123,11. A quantia de R$ 2,8 mil representa restituição.

Conforme dados que constam no Portal da Transparência, 92,42% das viagens foram nacionais e 7,58% internacionais. Isso representa R$ 1.193.195,30 e R$ 97.793,26, respectivamente. O orçamento atualizado da UFMT é de R$ 1,07 bilhão. Até o momento, foi feito o pagamento de R$ 656.633.130,74 referente as despesas.

Atualmente a Universidade possui o quadro de 4.452 servidores, sendo que 4,67% estão afastados e 95,33% estão em exercício. Do número total, 3.436 são efetivos e outros 508 são comissionados. Apenas quatro funcionários não possuem vínculo com a administração pública.

De acordo com detalhamento que consta no site, a reitora e professora Myrian Serra fez 17 viagens neste ano, sendo algumas internacionais. Entre os dias 11 e 15 de março, por exemplo, ela esteve no Peru, onde participou do IX Encontro de Redes de Ensino Superior e Conselhos de Reitores da América Latina e Caribe, realizado na Universidade Nacional de San Marcos, na cidade de Lima. Nesta viagem foi gasto R$ 9,9 mil.

Outra viagem aconteceu entre os dias 6 e 14 de abril para Genebra na Suíça, onde ela participou do WSIS Forum 2019. Nesta edição, o programa Telessaúde Mato Grosso, desenvolvido no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) esteve entre os cinco finalistas na categoria de saúde virtual (C10 e-Health). Ao todo, foi gasto R$ 21,7 mil.

Há também algumas viagens para Brasília, Sinop, Rondonópolis, São Paulo, Campo Grande, Manaus, entre outros.


Crise financeira 

A crise financeira na UFMT causou a suspensão de diversos serviços realizados como os de limpeza, otimização nos serviços da portaria e vigilância armada, recesso do Restaurante Universitário nas férias e racionamento de energia elétrica em alguns setores da universidade.

De acordo com a universidade, o Decreto n.º 9.711, de 15 de fevereiro de 2019, que dispõe sobre a programação orçamentária e financeira, impôs limitações orçamentárias às IFES e estabeleceu um bloqueio de 30% no orçamento da instituição.

Parte das medidas emergenciais tomadas pela universidade atinge um dos serviços mais essenciais dentro do campus, a energia elétrica. De acordo com a UFMT, os setores administrativos como Reitorias, Pró-Reitorias, Secretarias, Escritórios, inclusive dos campi do interior, passam a ter horário de atendimento das 7h30 às 11h30 e 12h30 às 16h30.

Ainda de acordo com a universidade, o custo de energia elétrica entre 17h30 e 20h30 é aproximadamente cinco vezes maior que demais horários. O horário de funcionamento da Instituição (unidades acadêmicas) permanece das 7h00 às 23h30 de segunda a sexta-feira e das 7h00 às 11h00 aos sábados. No entanto, vale lembrar que: Quando a Energisa promoveu o corte de energia elétrica na Universidade, a cobrança se dava sobre faturas vencidas em 2018, antes do presidente Bolsonaro haver tomado posse, além de que A UFMT iniciou o ano com dívidas de R$ 14 milhões, sem incluir os R$ 5 milhões devidos à empresa Energisa (que já foram reparcelados), além de diversos contratos em atraso.








Digoreste News, com Olhar Direto e ReporterMT




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