Prefeitura resgata memória cuiabana com obras de restauração de patrimônios históricos

Chafariz do Mundéu, Estátua de Maria Taquara, Casa de Bem Bem, são algumas das obras realizadas pela Prefeitura de Cuiabá


A cidade geodésica. Coração adolescente que pulsa na beira d’água que tem seu nome. A Cuiabá dos 300 anos tem suas histórias resgatadas com a revitalização de prédios e monumentos históricos, carregados de simbolismo e herança cotidiana na vida de milhares de pessoas. Chafariz do Mundéu, Estátua de Maria Taquara, além Casa de Bem Bem e Casarão 155, são algumas das obras realizadas pela Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Neste sábado (17), é celebrado o Dia do Patrimônio Histórico Nacional.

A cada movimento paciente do arquiteto restaurador, uma descoberta. No Chafariz do Mundéu, por exemplo, as patinhas de um felino habitante do monumento na Cuiabá antiga ficaram registradas e sobreviveram ao tempo para serem descobertas neste processo de resgate, executado pela empresa Ação Cultura, que toca também mais dois projetos de recuperação: Obelisco da praça Luis de Albuquerque, presente de Corumbá à capital mato-grossense por seu bicentenário; e a estátua de Maria Taquara, a lavadeira, negra e revolucionária como contam, sendo a primeira mulher a se libertar do patriarcado e usar calças em Cuiabá.

“A equipe técnica é extremamente preparada. São uma série de exigências, que diferem uma restauração d uma reforma, que muitas vezes a gente pensa ‘ah, caiu, vamos arrumar amanhã’, e as coisas não são assim, tem todo um processo, Cuiabá tem 300 anos de história, você tem casas aqui com 200 anos de história, então não é qualquer mexida, tem que ter uma empresa especializada, estudos e projetos muito bem elaborados, com começo, meio e fim e as obras precisam ter um planejamento financeiro também para que comecem e não parem e evitar o  que aconteceu com as casas no Centro Histórico, que foi um projeto de 2010 que não tiveram continuidade. Então é isso que a gente está corrigindo agora, para que isso não aconteça na gestão do prefeito Emanuel Pinheiro”, explicou o secretário de Cultura, Francisco Vuolo.

O investimento para a restauração dos três equipamentos históricos (Chafariz do Mundéu, Estátua de Maria Taquara e Obelisco da Praça Luis de Albuquerque) foi de R$ 185 mil. Além da reforma, a empresa Ação Cultural promove a interação entre estudantes de arquitetura e os monumentos para estimular a preservação histórica e o aprendizado in loco.

“Nós vamos ter uma ação de educação patrimonial, que vão vir os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso, com uma professora que vai poder explicar todo o processo da obra, para que eles entendam que o trabalho de restauração é muito diferente do trabalho de reforma”, comentou Viviene Lozi, diretora da Ação Cultural. A equipe é formada por historiadores, arquitetos e restauradores. E o trabalho deve durar até o fim de setembro.

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