Garantia da Lei da Ordem ambiental é autorizada por Bolsonaro
Presidente fez pronunciamento em cadeia nacional de televisão para defender o Brasil das críticas em relação à política de combate a incêndios na Amazônia.
O presidente Jair Bolsonaro recorreu à rede nacional para debater as críticas que o governo sofre em relação às políticas voltadas para a Amazônia Legal, que atravessa um período de intensa seca e queimadas. Bolsonaro autorizou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para ajudar no combate a incêndios na floresta amazônica.
“Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade, e na área ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a todos os estados da Amazônia Legal. Com relação àqueles que aceitarem, autorizarei operação de Garantia da Lei da Ordem. Uma verdadeira GLO ambiental”, disse. Somente Roraima e Rondônia pediram ajuda federal no combate aos incêndios, segundo o Palácio do Planalto.
Ainda durante o pronunciamento, Bolsonaro afirmou que os incêndios florestais acontecem em todo o mundo e não podem "servir de pretexto para sanções internacionais", conforme pediu o presidente da França, Emannuel Macron.
É a primeira vez que o presidente cita sanções econômicas ao Brasil como possíveis retaliações pela crise na Amazônia. Ontem, Bolsonaro protagonizou uma troca de farpas com Macron, chegando a afirmar que o europeu estaria "interessado em um espaço para ele" na região.
Bolsonaro encerra dizendo que o Brasil continuará sendo, como foi até hoje, “um país amigo de todos e responsável pela proteção da sua floresta amazônica”.
A França de Macron
Em julho de 2017, um incêndio no sul da França forçou a retirada de 10.000 pessoas. O fogo arrasou 4.000 hectares, deixou oito bombeiros feridos e 15 policiais intoxicados
Pelo menos 10.000 pessoas, incluindo 3.000 campistas, foram evacuadas após o início de um incêndio no sul da França, onde uma grave onda de incêndios florestais destruiu mais de 4.000 hectares.
Macron palpita sobre incêndios na Amazônia brasileira, e chegando a dizer que “nossa casa queima”, mas ele não foi capaz de evitar que a catedral de Notre Dame fosse devorada pelas chamas.
Na lembrança ainda estão as imagens de abril desse ano, quando o fogo destruiu o coração da Natre-Dame, a catedral mais visitada do mundo. A ineficiência de Macron com queimadas e controle de fogo, ainda faz-nos lembrar do Teto de carvalho do templo, assim como sua torre gótica vindo ao chão, e obras de arte sendo consumidas pelo incêndio que durou 9 horas, sem ser contido pelos 400 bombeiros de Macron em tempo de salvar toda uma história.
Íntegra do discurso de Bolsonaro:
Dirijo-me a todos para tratar da nossa Amazônia, que nas ultimas semanas tem atraído crescente atenção do Brasil e do mundo.
A Floresta Amazônica é parte essencial da nossa história, do nosso território e de tudo que nos faz sentir ser brasileiros.
Nossas riquezas são incalculáveis, tanto em matéria de biodiversidade quanto de recursos naturais. Devido à minha formação militar e à minha trajetória como homem público, tenho profundo amor e respeito pela Amazônia.
A proteção da floresta é nosso dever. Estamos cientes disso e atuando para combater o desmatamento ilegal e quaisquer outras atividades criminosas que coloquem a nossa Amazônia em risco.
É preciso lembrar que naquela região vivem mais de 20 milhões de brasileiros que há anos aguardam dinamismo econômico proporcional às riquezas ali existentes.
Para proteger a Amazônia, não bastam operações de fiscalização, comando e controle. É preciso dar oportunidade a toda essa população para que se desenvolva junto com o restante do País.
É nesse sentido que trabalham todos os órgãos do governo. Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade, e na área ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a todos os estados da Amazônia Legal.
Com relação àqueles que aceitarem, autorizarei operação de garantia da lei da ordem. Uma verdadeira GLO ambiental.
O emprego extensivo de pessoal e equipamento das Forças Armadas, auxiliares e outras agencias permitirão não apenas combater as atividades ilegais, como também conter o avanço de queimadas na região.
Estamos numa estação tradicionalmente quente, seca e de ventos fortes, em que todos os anos infelizmente ocorrem queimadas na região amazônica.
Nos anos mais chuvosos, as queimadas são menos intensas. Em anos mais quentes, como nesse, 2019, elas ocorrem com maior frequência. De todo modo, mesmo que as queimadas deste ano não estejam da média dos últimos 15 anos, não estamos satisfeitos com o que estamos assistindo.
Vamos atuar fortemente para controlar os incêndios na Amazônia. É preciso, por outro lado, ter serenidade ao tratar dessa matéria. Espalhar dados e mensagens infundadas dentro ou fora do Brasil não contribui para resolver o problema, e se prestam apenas ao uso político e a desinformação.
O Brasil é exemplo de sustentabilidade. Conserva mais de 60% de sua vegetação nativa, possui uma lei ambiental moderna e um Código Florestal que deveria servir de modelo para o mundo. Temos uma matriz energética limpa, renovável. E com ela estamos dando importante contribuição ao planeta.
Diversos países desenvolvidos, por outro lado, ainda não conseguiram avançar com seus compromissos no âmbito do acordo de Paris. Seguimos, como sempre, abertos ao dialogo, com base no respeito, na verdade e cientes da nossa soberania. Outros países se solidarizaram com o Brasil, ofereceram meios para combater as queimadas, bem como se prontificaram em levar a posição brasileira junto ao G7.
Incêndios florestais existem em todo mundo. Isso não pode servir de pretexto para possíveis sanções internacionais. O Brasil continuará sendo, como foi até hoje, um país amigo de todos e responsável pela proteção da sua floresta amazônica.
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