Delegado nomeado presidente da Funai atuou em MT
A bancada ruralista agradou da nomeação do novo presidente da Funai
Imagens de arquivo
A edição do Diário Oficial da União de sexta-feira (19) trouxe a nomeação do delegado da Polícia Federal, Marcelo Augusto Xavier da Silva, para presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Marcelo já atuou na cidade de Barra do Garças-MT (512 Km de Cuiabá) e ultimamente estava cumprindo serviço na capital federal. Xavier, segundo especulações, tem relação estreita com deputados da bancada ruralista.
O delegado já assessorou os deputados da bancada ruralista em uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) que investigou a atuação da própria Funai. O mote da CPI eram as parcerias com organizações não governamentais (ONGs) voltadas às causas indígenas. Xavier planilhou repasses, ONG por ONG, e o destino do dinheiro, numa atuação que subsidiava a atuação dos ruralistas.
O delegado detém relatórios com quebras de sigilo bancário de organizações não-governamentais (ONGs) que atuam em defesa de populações indígenas, que foi fabricado para os ruralistas durante a CPI.
O relatório final da Comissão pediu o indiciamento de 67 pessoas, entre lideranças comunitárias, representantes de ONGs, antropólogos e servidores. O mesmo documento propôs a revisão de demarcações de terras indígenas – uma bandeira do governo Bolsonaro, que, além de interromper demarcações, quer rever parte das que foram feitas na última década.
Fundo Amazônia
Os documentos em poder do delegado mostram, por exemplo, a existência de 330 operações de transferência de recursos do exterior para as contas bancárias do CTI, de 39 remetentes diferentes, no período correspondente à quebra de sigilo – 2004 a 2016. Os créditos identificados somam R$ 36,7 milhões – R$ 58,2 milhões em valores corrigidos.
Entre os maiores remetentes identificados estão o Fundo da Amazônia, com R$ 10,9 milhões, e o governo da Noruega, com R$ 10,3 milhões. O Fundo da Amazônia, abastecido principalmente com dinheiro da Noruega e da Alemanha, também está sob ataque no governo Bolsonaro.
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