Prova do ENEM foi muito ruim, parecia feita pelo PT
Lésbicas, Negros, Ódio, Marco Civil, ditadura, exílio e tema cabuloso marcaram primeiro dia do ENEM 2018
Mais de 4,1 milhões de estudantes comparecem ao primeiro dia de provas do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, em todo o país. No dia das avaliações de ciências humanas, linguagens e códigos, o índice de abstenção foi de 24,9%, o menor da história do exame.
Especialistas criticaram temas abordados nas questões do Enem, como cidadania, direitos humanos e gênero. Mas a grande surpresa foi a redação, que exigiu dos alunos uma análise da manipulação por meio da internet, isso após eleições marcadas por uma “guerra” de fake news.
Nicolas Carvalho, 19 anos, disse à reportagem que o tema da redação foi previsível. “Abre espaço para professores amargurados com a derrota eleitoral premiarem redações claramente de esquerda e anti-Bolsonaro”, avaliou o jovem, que disputa uma vaga para o curso de história. Relatou sobre suas impressões no Facebook:
“Resumo do ENEM, que fiz hoje (caderno rosa):
1. Umas dez perguntas feministas (uma delas, a pior, proveniente da Carta Capital, sobre as 23 Miss peruanas que usaram o concurso pra lacrar)
2. Meia dúzia de perguntas de militância negra
3. Os piores e mais desconhecidos poetas brasileiros nas perguntas de Literatura (todos eles lacradores, nenhum classicista) 3. Pergunta capciosa do Sto Agostinho, de um excerto de sua obra que questiona a eternidade (não colocaram o resto)
4. Umas três ou quatro perguntas de arte moderna esdrúxula e patética, principalmente aquela do body art
5. Uma questão anti-ionista
6. Outra pro-refugees
7. Outra do Eduardo Galeano vituperando contra o “futebol Nutella”, que segundo ele se tornou propriedade dos grandes chefões do esporte
8. Uma pergunta sobre futebol feminino que escreve que SUPOSTAMENTE as mulheres não tem o físico tão adequado quanto o dos homens para o esporte
9. Outra sobre um dialeto que LGBTs usam (??)
10. Uma que é o trecho de um livro sobre uma lésbica que vê sua vó beijar sua tia (claro que essa merda de livro é brasileiro)
11. Outra contra o Gilberto Freyre
11. Outra contra o Gilberto Freyre
12. Um tema de redação – manipulação digital – que vai favorecer os professores amargurados com a derrota a premiarem aqueles que foram, em razoável português, explicitamente anti-Bolsonaro.”
Nossa equipe teve acesso a uma das provas, a de cor amarela. Entre as questões que mais estão levantando polêmica entre as redes sociais está a de número 31, que trata sobre o dialeto secreto LGBT, mas, avaliamos como apenas uma pergunta “esquisita e dispensável”. “Tem coisas piores e mais condenáveis. Isso aí é só o mais inusitado”.
O mais preocupante foi a redação: “muitos alunos podem ter perdido a vaga na faculdade porque não esquerdizaram como o professor ressentido queria.”
Logo no início da prova, um trecho do romance 1984, de George Orwell, questionava sobre os perigos de um Estado Totalitário e como o controle se dá:
(a) boicote aos ideias libertários.
(b) veto ao culto das tradições.
(c) poder sobre memórias e registros.
(d) censura a produções orais e escritas.
(e) manipulação de pensamentos individuais.
Não é preciso nem descrever o trecho usado para que os leitores concluam que a última alternativa deve ser a correta. De qualquer forma, está correto. Pena que a esquerda se esquece ao usar esse exemplo – ou finge esquecer – que o totalitarismo criticado por Orwell era com base no comunismo da União Soviética.
Outra questão, a 09, trata sobre a “estética do racismo”. O texto de apoio é sobre um artigo que discute a representação da mulher negra em produtos de beleza e a “idealização da beleza e do branqueamento a serem alcançados”. O argumento é que o “discurso midiático-publicitário dos produtos rememora e legitima a prática de uma ética racista”.
Mais uma pergunta interessante: tratava sobre o caso das 23 candidatas à Miss Peru 2017, que apresentaram dados de feminicidio, abuso sexual e estupro no país no lugar das medidas de altura, peso, busto, cintura e quadril. Esses são só dois exemplos da militância feminista.
Teve até citação aos famosos e adorados de “memes”:
Direitos Humanos e a agenda 2030 para desenvolvimento sustentável também foram defendidos na prova, em uma questão sobre os 70 anos da declaração Universal adotada pelas Nações Unidas.
A questão 70 abordava os conflitos territoriais de Israel. “Desde 1967, a esquerda sionista afirma que Israel deveria se desfazer rapidamente da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, argumentando partir de uma lógica demográfica aparentemente inexorável”, dizia o texto. “A preocupação apresentada no texto revela um aspecto da condução política desse Estado identificado ao (As duas respostas mais óbvias)
(à)”, era questionado.
(b) – busca da preeminência étnica sobre o espaço nacional. (Essa seria a alternativa correta). Nada mais do que se tratar de um anti-sionismo sutil , “porque sugere que os israelenses são racistas”.
Uma questão sobre Santo Agostinho.
“Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se nele aparece uma vontade que antes não existia?”, diz o trecho de Confissões.
A questão certa, segundo os sites que liberaram gabaritos, é a:
(e) – interpretação da realidade circundante. Muito estranhamente, se trata de uma questão “capciosa" porque faz parecer que até ele [Santo Agostinho] está duvidando da fé cristã.
“Não colocaram o resto da sua argumentação. Obviamente ocuparia muito espaço, mas seria o justo a se fazer”. Abriu-se margem para uma interpretação de que o empirismo refuta a religião. “Colocar isso em uma pergunta de um dos maiores teólogos cristãos é desonestidade”
O cearense Carmelo Neto, 17 anos, ainda está terminando o segundo ano do ensino médio e prestou o exame apenas por experiência. “Passei no ano passado, mas antes de fazer a prova a gente é obrigado a assinar um termo dizendo que não vai usar o resultado por não ter concluído o ensino médio”, conta o jovem. Ele pretende ingressar no curso de Direito na Universidade de Fortaleza. “É nota máxima de recomendação da OAB. Não quero federal. Meu pai, graças a Deus, tem condição, então vou escolher particular”.
“O tema da redação veio falando de Marco Civil, escândalo do Facebook e um pouco de Fake News Percebi na prova uma tendência a colocar medo com relação aos militares. Falando muito sobre autoritarismo. Os poemas da prova de português eram sobre ditadura, exílio…”, avaliou Carmelo.
Marco Antonio Villa diz que Prova do ENEM foi ruim, parecia feita pelo PT
“Fiz leitura diagonal da prova e fiquei estarrecido com a prova. Achei horrorosa a prova", diz Villa
“Fiz leitura diagonal da prova e fiquei estarrecido com a prova. Achei horrorosa a prova. As questões de História sobre 1964, tinha texto de Henfil para relacionar com Governo Geisel, o que é bobagem. E os órgãos de imprensa, e por que duas vezes é citado Eduardo Galeano? Achei ruim a prova do Enem. Parece a prova feita pelo PT”, diz Marco Antonio Villa, Jornalista da Joven Pan
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