Zeca Viana é acusado de usar R$ 150 mil com notas frias

Deputado é um dos maiores defensores da pré-candidatura de Mauro Mendes ao governo do estado


Na denúncia que embasou a deflagração da Operação Déjá vu, na quinta-feira (2), contra servidores, deputados e ex-deputados estaduais, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal) apontaram que no esquema de fraudes em notas fiscais para comprovação de verba indenizatória, somente o deputado Zeca Viana (PDT) teria sido o destinatário de 23 notas fiscais “frias”, que totalizaram R$ 149,5 mil.

As notas teriam sido emitidas entre junho de 2013 e fevereiro de 2015, segundo os empresários que prestaram depoimentos aos promotores de Justiça, durante as investigações, e afirmaram ter usado empresas de fachada para emitir notas frias para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em troca de 10% dos valores, referentes ao fornecimento de materiais de consumo, como papelaria e informática, que na verdade nunca foram entregues.

A denúncia mostra que Zeca Viana gastou R$ 51,4 mil em 2013; R$ 75,8 mil em 2014 e R$ 22,3 mil em 2015, ano em que os parlamentarem aprovaram a verba indenizatória de R$ 65 mil, sem necessidade de comprovação dos gastos.

Conforme a denúncia, além dos depoimentos coletados com Hilton Carlos da Costa Campos e Vinicius Prado Silveira, responsáveis pela emissão das notas frias, houve comprovação por meio das notas por eles entregues. Os documentos foram assinados pelas empresas V.H. Alves Comércio ME, G B. De Oliveira Comércio ME, V.P.S. Comércio ME, H. C. Da Costa Campos e CIA Ltda ME.

Os investigadores solicitaram à Assembleia Legislativa a documentação relativa à verbas indenizatórias, mas a chefe de gabinete de Zeca Viana, Renata do Carmo Viana Malacrida declarou que “o pedido de ressarcimento do Parlamentar era protocolado acompanhado das notas fiscais na Secretaria Geral da Assembleia Legislativa, porém, aduziu que não ficava com uma via protocolada dos pedidos de ressarcimento e nem tampouco com as notas fiscais, que segundo ela, não eram devolvidas e ficavam na Secretaria Geral”.

Por outro lado, os servidores da ALMT, Nelson Divino da Silva e Rosivani Mônaco de Jesus afirmaram que os deputados apresentavam mensalmente um memorando por eles assinados, contendo a relação dos gastos efetivados e os números das respectivas notas fiscais, sem que estas estivessem anexadas. Além disso, uma via do memorando ficava com o deputado com o devido registro de protocolo.


Com informações do GD