Vídeo relembra: Campanha de Mauro Mendes comprou apoio por 420 Mil Reais
Agindo como se estivessem numa feira vendendo 1 quilo de arroz ou uma penca de bananas, campanha de Mauro Mendes teria comprado apoio do PRTB por 420 Mil Reais - Veja Vídeo
Em 2008, o então candidato à Prefeitura de Cuiabá, Mauro Mendes, esteve na reunião em que sua equipe acertou o pagamento ao PRTB
A matéria publicada na Revista Época, (uma das maiores do Brasil) no dia 17 de outubro de 2008 começa dizendo que não há eleição no Brasil sem que ocorram denúncias, muitas vezes comprovadas, de compra de votos de eleitores por candidatos. O incomum é que as cenas de corrupção eleitoral se tornem públicas, a ponto de expor detalhes grotescos, como o cálculo do “valor de mercado” do voto. ÉPOCA teve acesso a quatro vídeos que mostraram como assessores, empresários e políticos ligados ao então governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, contrataram em 2008 o PRTB, um minúsculo partido de aluguel, para trocar de candidato no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Cuiabá.
O pagamento seria em dinheiro e cargos no governo estadual. As fitas disponibilizadas pela Revista Época também mostraram como 19 candidatos a vereador, que não se elegeram, fixaram o preço de seu eleitorado para dar apoio a Mauro Mendes, um empresário lançado por Maggi para concorrer à Prefeitura. Agindo como se estivessem numa feira vendendo 1 quilo de arroz ou uma penca de bananas, eles pedem uma quantia em dinheiro para cada voto que a legenda obteve na eleição para a Câmara Municipal. A arrecadação seria rateada entre eles de acordo com a votação que cada um recebeu.
O PRTB apoiara no primeiro turno a candidatura adversária, do prefeito Wilson Santos (PSDB). Mas decidiu mudar de lado no segundo. A negociação começou na casa de Marcionei Curvo, suplente de vereador, num bairro de classe média baixa de Cuiabá (Dom Aquino). Ali, na área de serviço, a turma do PRTB pediu R$ 50 por voto recebido – foram 30 mil. Isso lhes renderia cerca de R$ 1,5 milhão.
Na seqüência do vídeo, eles aparecem na sala da casa com o deputado federal Homero Pereira (PR) (In Memoriam) e o secretário estadual de Planejamento da época, Yênes Magalhães. Coube ao secretário-geral do PRTB, Pedro Moura, fazer a proposta aos compradores. Não houve acordo. Novo encontro foi marcado, desta vez com a participação do próprio candidato Mauro Mendes.
Outro vídeo, também gravado por um dos participantes, mostra como foi a reunião no escritório de uma das empresas de Mauro Mendes. Ela se deu em duas etapas. Na primeira, com a presença do candidato, parece uma rotineira discussão política sobre o que fazer para vencer uma campanha eleitoral. Antes de sair, Mendes diz que cumpriria o que fosse acertado com o empresário Mauro Carvalho, coordenador de finanças da campanha. A partir daí, o clima mudou. No começo de maneira tímida, depois de modo escancarado, discutiu-se quanto o apoio valeria em dinheiro. Com a ajuda do deputado Homero Pereira e de outros aliados do governador Blairo Maggi, o tesoureiro Carvalho conseguiu aos poucos que os políticos do PRTB baixassem o valor do pedido. Um impasse ocorreu quando uns se recusavam a pagar mais de R$ 400 mil e os outros a receber menos de R$ 500 mil. O acordo foi fechado quando o deputado Homero prometeu dar mais R$ 20 mil “do próprio bolso”.
A turma do PRTB se reuniu no escritório de advocacia de Pedro Moura. Lá, o anfitrião distribuiu envelopes com tíquetes para a compra de combustíveis e dinheiro. Depois fez um discurso pedindo empenho, porque sentiu desconfiança dos compradores quando foi receber o dinheiro. Todos tiveram de assinar recibos. Um dos presentes comentou que assinou sem conferir quanto havia dentro do envelope. Essa seria a primeira de três parcelas a ser quitadas antes das eleições.
Veja matéria completa da revista Época no link abaixo:
O mercado eleitoral
Envolvidos recebem o pagamento em dinheiro, de acordo com o número de votos que tiveram
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