GRAMPOS - Cabo se contradiz, mente e deve ser responsabilizado
Após grampear a própria mulher, um ex-amigo e uma oficial com quem teve discussão, cabo pode se complicar.
Nunca ouviu falar sobre envolvimento do governador, mas coloca suas convicções como se fossem "a verdade"
Com mais de 15 horas de sessão, o juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, ouviu os Coroneis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Barros, o tenente-coronel Januário Batista.e o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Correa Junior, no esquema chamado "Grampos Ilegais" ou Grampolândia.
O depoimento mais esperado era do Cabo Gerson Correa, apontado como operador do sistema que supostamente grampeou políticos, advogados e jornalista em Mato Grosso.
A audiência teve início as 13h40 desta sexta se estendeu pela madrugada, com final somente as 05H00 da manhã de sábado.
Em depoimento, os coroneis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Barros e o tenente-coronel Januário Batista negaram envolvimento, ficando por último a ser ouvido o cabo Gerson, que esteve por 10 meses preso em regime fechado.
O cabo, que iniciou sua fala por volta das 23H55, iniciou dizendo que estava em busca da verdade real, e iniciou a contar sobre os fatos em sua versão, longo depoimento recheado de contradições e acusações que resumiremos.
Gerson Correa que disse ter 12 anos de serviço, sempre no setor de interceptações, quase sempre, atuando no Gaeco, assumiu participar do esquema de grampos ilegais alegando que no início seria apenas para investigar supostos policiais que cometiam crimes, e depois passou a receber número de telefones de políticos, quando chamou a atenção por volta de 01H05 na seguinte fala:
"Eu nunca ouvia as interceptações com conotação política", em seguida, reafirmou a frase, quando dizia nem conhecer a vóz de advogados e outros.
PASMEM, PASMEM, o cabo que afirmou e reafirmou em depoimento, frente a Juízes e autoridades que nunca ouvia interceptações com conotação política, disse duas horas depois, que ouviu uma conversa do presidente Michel Temer com o ex-governador Silval Barbosa para agilizar a soltura da ex-primeira dama Roseli Barbosa.
Pode se concluir que realmente esse cabo não ouviu deputado, vereador, advogados e outros do meio político, só Michel Temer e Silval? É muito estranho ou não? "A única verdade é a mentira que ele pregou no mesmo depoimento"
Destaca-se também o fato do interrogado quando questionado se teria grampeado a própria esposa, e ele assume dizendo que foi uma falha. "Nunca ouvi minha esposa. Confundi e inseri o dela. (que confusão, não)?
Cabo confiável, promove quebra de cadeia de comando:
Referente a conversa do presidente Michel Temer com o ex-governador Silval Barbosa, Correa disse que a função dele era levar essa informação para a sua superior imediato, a major Fleck, mas ela estava num salão de beleza. "Quebrei minha cadeia de comando e acionei o promotor responsável no caso."
Em seguida, Correa assumiu que ele próprio incluiu o telefone da major nos grampos. "Investigação é oportunidade, e em oportunidade não cabe vaidade, O nome da major foi eu que incluí. Ninguém me pediu. (Hummmm)
Mais um:
O cabo comenta sobre a testemunha Mário Edmundo "Ele era meu amigo. Eu inclui o número dele. Ninguém me pediu e a responsabilidade é minha. (Responsabilidade, sei)
Em relação ao grampo na deputada estadual Janaína Riva, ele crava: "Os números não eram usados pela deputada e não tinha nenhum áudio. (essa é a fala do cabo que não procurava ouvir políticos)
Sobre os números do desembargador José Ferreira Leite, Correa considera engano também, já que o número era parecido com de Tatiane Sangalli, ex-amante de Paulo Taques.. (Put"s, merece um contrato global)
O Juiz questionou se alguém do Executivo tinha conhecimento do esquema de barriga de aluguel. Correa respondeu: "Pra mim, os donos disso aqui são o Paulo Taques e o governador Pedro Taques". (Hummm, pra mim, essa prova é altamente comprometedora)
Sobre os grampos envolvendo Kelly Arcanjo e Tatiane Sangalli, o cabo diz: "Nunca escutei esses áudios". (Não é que o operador só ouviu o Michel Temer com o Silval, mesmo não ouvindo áudios relacionados a políticos?)
No depoimento, Gerson disse que ninguém tinha acesso ao seu computador no Gaeco, minutos depois, diz que suspeita que tenham copiados dados do seu computador. (Como assim?)
O Coronel Zaqueu disse antes, em seu depoimento, que o cabo Gerson tinha acesso ao seu email para pedir escutas ilegais. Sobre isso Correa diz: "Eu tinha acesso ao email dele para ter acesso as decisões de quebra de sigilo, mas nunca encaminhei nenhum email do endereço dele. Nunca enviei um email sequer para promotor. (Quer dizer, confirmou que tinha acesso, mas o controlador de grampos só fazia as coisas lícitas)
Mauro Zaque
Todos sabem que o promotor Mauro Zaque teve desentendimento com o governador Pedro Taques assim que saiu do governo, sendo ele, o protagonista da denúncia que desencadeou a grampolândia, e longe de qualquer acusação, citamos somente sobre a fala do cabo Gerson Correa, que traz coincidências em seu depoimento, veja:
Acompanhando o depoimento do cabo, o site folhamax divulgou às 01H57
"O cabo passa grande parte do seu depoimento elogiando a postura ética de Mauro Zaque"
Logo depois, Gerson fala: O Mauro Zaque nunca me procurou, o que entendo que foi uma atitude correta", diz.
No mesmo tempo, o cabo alega que: "Quem colocou o nome do governador não foi Ministério Público. Fui eu porque na minha convicção o dono disso aqui é ele". (A convicção de criminoso se considera?)
Resumindo: O cabo cita o nome do governador, sem dizer que um dia falou com o governador, encontrou o governador, viu o governador ou ouviu dizer que o governador tenha qualquer participação nos crimes cometidos até agora, somente por ele, "cabo", réu confesso.
Se alguém disser que o Cabo com seus problemas, tenha inserido por conta própria, números de telefones de políticos em grampos para mais tarde, caso fosse pego, usar como arma contra alguém, deve se levar em consideração. "Contra quem mente, tudo há de se considerar para chegar a verdade"