Combustível e comida podem faltar em Mato Grosso



O presidente Michel Temer pediu uma trégua de dois a três dias aos caminhoneiros que nesta quarta-feira fazem o terceiro dia seguido de protestos em todo o país contra a alta do preço do diesel.

Temer disse a jornalistas no Palácio do Planalto que o pedido foi feito durante reunião com representantes dos caminhoneiros em Brasília. Pouco antes, no entanto, órgãos que representam a categoria afirmaram que vão manter na quinta-feira as manifestações, que já começam a afetar o abastecimento, de acordo com algumas entidades setoriais.


Caminhoneiros não cedem

Uma reunião na Casa Civil com representantes de caminhoneiros autônomos terminou sem acordo nesta quarta-feira e os motoristas decidiram manter a paralisação nacional iniciada na segunda-feira, afirmaram entidades do setor.

Tanto a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) quanto a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos saíram da reunião afirmando que o governo não apresentou propostas para o fim da paralisação, que reúne centenas de milhares de motoristas e já afeta uma série de setores da economia.

“Governo foi irresponsável com a situação que está o país hoje. O governo foi avisado com antecedência e nem mesmo abriu negociação”, afirmou o presidente da CNTA, Diumar Bueno, após o fim da reunião que contou com presença do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e dos Transportes, Valter Casimiro.

De acordo com Diumar Bueno, Padilha disse que o decreto que zera a Cide sobre diesel será assinado nesta quarta-feira.


Em Mato Grosso

Como reflexo da greve dos caminhoneiros que bloqueiam rodovias federais e estaduais de Mato Grosso há 3 dias, algumas cidades já começam a enfrentar escassez e até falta de alguns itens como combustíveis e alimentos. No Estado, já são 22 bloqueios em diferentes cidades o que impede a circulação de carretas e caminhões que fazem o abastecimento de supermercados e postos de combustíveis.

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo), já está confirmada a falta de combustíveis em 4 cidades mato-grossenses: Diamantino, Paranatinga, Tapurah e Tangará da Serra.

Outra preocupação é com o fornecimento de gás de cozinha, cujo transporte também depende de caminhões. Em algumas cidades do interior já falta gás desde esta terça-feira (22). Se os bloqueios continuarem, dentro de 2 dias Cuiabá deve registrar falta de gás nas revendedoras. Algumas revendas ainda têm o produto estocado e por isso o preço do botijão pode sofrer reajustes.

No setor de supermercados já existe preocupação com uma possível escassez de produtos se a greve dos caminhoeiros continuar pelos próximos dias.

A Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat) informou que está acompanhando o protesto nacional de caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel. Mesmo com o esforço do setor supermercadista para garantir o abastecimento da população, a entidade já identificou alguns itens que podem sofrer desabastecimento, como carnes e verduras.

 “O setor está torcendo para que grevistas e Governo Federal cheguem a um acordo o mais rápido possível, evitando assim que a população sofra com a falta de produtos de necessidade básica e que ocorra aumento de preços ao consumidor final”, informa a entidade em nota.



Com: 24horasnews