Caramujos infestam Barra do Garças e podem causar várias doenças
O município de Barra do Garças vive em determinadas épocas do ano, como o período das chuvas, uma enorme infestação de lesmas e caramujos, jardins, hortas e terrenos baldios, são tomados pelos moluscos em busca de alimento e ambiente propício para a reprodução.
Eles se multiplicam rapidamente e se transformam em infestações que podem prejudicar a saúde das pessoas e animais domésticos. Muita gente não sabe como controlar corretamente esse tipo de praga e acaba agravando a situação.
A espécie mais encontrada nas cidades é o caramujo-gigante africano, que foi trazido ao Brasil há cerca de 20 anos para servir como opção mais barata ao escargot, um tipo de caracol usado para fazer um dos pratos mais famosos e chiques da culinária francesa.
A espécie passou a ser criada por muitos produtores, o que fez com que ela se disseminasse por todo país, mas, o consumo não foi bem aceito e sem obter lucro com as criações, muitos produtores fizeram o descarte incorreto dos bichos, o que gerou a proliferação descontrolada.
Não é exagero dizer que o caramujo-gigante conseguiu dominar quase todo o território brasileiro. De acordo a professora do curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso, Geane Brizzola dos Santos, atualmente há uma fase explosiva da invasão desse animal aqui no país: ele já pode ser encontrado em 24 dos 26 estados (sem registro apenas no Acre e no Amapá) e no Distrito Federal.
O bicho come quase tudo que encontra pela frente. Para a professora Geane, essa característica facilitou a reprodução e a permanência do caramujo: “Ele se alimenta de flores, folhas, frutos, hortaliças e até de papelão”. Além da alimentação simples e variada, o caramujo africano possui resistência à seca e ao frio, o que dificulta o extermínio.
Fora do período chuvoso, o caramujo se enterra no chão para se proteger do calor e do sol até o ambiente voltar a ficar úmido. Sem controle, ele pode dar trabalho por muito tempo aos moradores, podendo sobreviver por quase dez meses.
A professora Geane alerta que o caramujo-gigante africano pode transmitir doenças, causar danos ao meio ambiente e prejuízos econômicos. Ele é hospedeiro intermediário de larvas de um tipo de verme que vive no trato digestivo dos humanos e de mamíferos como cães e gatos.
Além disso, pode transmitir também o verme causador da meningite eosinofílica, uma inflamação aguda das membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinhal.
Fonte: AMZ