Professora de 29 anos morre com suspeita de H1N1 em MT

Camila Ramos de Souza, teria ido até a UPA cinco vezes e diagnosticada com virose


Uma professora de 29 anos morreu com pneumonia bacteriana no Hospital Regional de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, no domingo (15), e a família dela reclama do atendimento recebido pela paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. Isso porque a professora, Camila Ramos de Souza, teria ido até a UPA pelo menos cinco vezes e, em todas as ocasiões, foi diagnosticada com virose.

Apesar da certidão de óbito da paciente apontar morte por pneumonia bacteriana, o hospital suspeita de H1N1 e enviou os exames da jovem para fora do estado. O resultado deve ser apresentado em até 30 dias, mas dois parentes dela estão internados de forma preventiva no hospital com os mesmos sintomas. Eles estão fora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o quadro de saúde deles é estável, segundo a unidade.

A Prefeitura de Sorriso disse que apenas irá se manifestar sobre o atendimento recebido pela professora na UPA após a conclusão de um laudo técnico. Camila lecionava em escolas estaduais e municipais de Sorriso, para alunos do ensino fundamental. Em todas as unidades, as aulas foram suspensas nesta segunda-feira (16), assim como em escolinhas esportivas.

A professora deu entrada no hospital regional na manhã de sábado (14), transferida de um hospital particular. De acordo com a diretora do hospital, Luciele Benin, a paciente já chegou na unidade com quadro grave de insuficiência respiratória, entubada e dependente de ventilação mecânica.

“A suspeita de H1N1 surgiu a partir do momento em que ela chegou no hospital com a insuficiência respiratória e o quadro dela foi se agravando rapidamente. Ela ficou no box de emergência do pronto socorro, que tem todo o aparato da UTI [Unidade de Tratamento Intensivo]”, disse.

O corpo de Camila foi enterrado na manhã desta segunda-feira, após ser velado na capela mortuária do cemitério. O caixão, porém, precisou ser lacrado.

“O caixão foi lacrado por excesso de zelo, porque na paciente tinha um pouco de secreção e os familiares abraçavam, beijavam, passavam a mão. Então, foi solicitado que o caixão fosse lacrado pela possibilidade de transmissão, para evitar novas contaminações, se a suspeita [de H1N1] for confirmada”, segundo Luciele.

O diretor técnico do Hospital Regional de Sorriso, Rodrigo Bezerra, afirmou que a pneumonia diagnosticada em Camila foi atípica e agressiva.

“O quadro gripal começou durante a semana, mas foi na sexta-feira que a parte pulmonar começou a piorar. A dúvida é de onde veio essa pneumonia”, disse.



Com G1